Durante muito tempo, a indústria foi responsável não apenas por entregar produtos, cumprir prazo e garantir padrões. Também puxou projetos de inovação, impulsionou ganhos de eficiência e contribuiu com soluções técnicas em toda a cadeia. Mas o papel da indústria no foodservice está mudando e, com ele, surgem novas exigências sobre como se posicionar, o que representar e por que isso importa.
Hoje, mais do que fornecedora, a indústria é chamada a ser corresponsável pela leitura das transformações de mercado: entender as mudanças de hábito do consumidor, antecipar tendências, levar informação qualificada aos parceiros e atuar como marca com influência e propósito.
A diferenciação no foodservice deixou de ser uma missão exclusiva do operador. A construção de valor é uma via compartilhada, e cada elo da cadeia precisa ocupar um lugar de protagonismo estratégico. Não se trata apenas de ampliar o portfólio ou ganhar share. Trata-se de ser relevante na decisão de quem constrói cardápios, escolhe parcerias e entende que marcas fortes ampliam reputações, não apenas margens.
Nesse cenário, a indústria que permanece ancorada apenas na negociação de custo por volume perde a chance de ser percebida como parceira estratégica. Por outro lado, aquela que investe em posicionamento, inteligência de mercado, cocriação e construção de marca ganha espaço não apenas nas cozinhas, mas também nas decisões de negócio.
É com esse olhar que a Puratos tem reposicionado sua atuação no Brasil e no mundo. A empresa vem ampliando sua presença estratégica com iniciativas voltadas à sustentabilidade, inovação e conexão com os clientes:
- Cacao-Trace: programa de cacau sustentável com rastreabilidade total da cadeia, pagamento de bônus aos produtores e fermentação controlada. Vai além do selo: redistribui valor direto ao agricultor e entrega storytelling com impacto positivo para os operadores que desejam produtos com propósito.
- Taste Tomorrow: maior plataforma global de pesquisa de consumo em panificação, confeitaria e chocolate, com dados atualizados em tempo real em mais de 40 países. Ajuda clientes a inovar com base científica nas tendências de saudabilidade, indulgência e conveniência.
- Centros de Inovação: localizados em diversos países, incluindo o Brasil, oferecem codesenvolvimento de produtos, testes técnicos, aplicações customizadas e adaptação por canal — do foodservice à indústria. Com isso, se posiciona como parceira de inovação, e não apenas fornecedora de ingredientes.
- Soluções digitais B2B: como a plataforma My Puratos, que une e-commerce, conteúdo técnico e experiência integrada, otimiza o atendimento ao operador e ao cliente profissional.
- Compromisso com saudabilidade: com linhas clean label, alternativas plant-based, uso de fibras e grãos antigos, e foco em performance sensorial sem aditivos desnecessários.
Todos esses movimentos sinalizam uma virada importante. Foodservice não é mais sobre o que se vende. É sobre o que se representa. E a indústria que compreende isso não será apenas lembrada por seus produtos, mas reconhecida por sua reputação, influência e pela capacidade de cocriar o futuro do setor.
Danielle Garry é presidente do IFB Brasil.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Envato