Nos últimos anos, o hábitos alimentares do consumidor brasileiro passou por transformações profundas, e para melhor. A busca por uma vida mais equilibrada, aliada à correria do cotidiano e à crescente preocupação com o meio ambiente, gerou uma mudança clara nas escolhas feitas à mesa. Essa transformação reflete não só uma preocupação com a saúde, mas também uma busca por praticidade e eficiência, muito presentes na minha rotina pessoal como ciclista, em que cada refeição precisa ser nutritiva, rápida e funcional.
Com menos tempo para preparar alimentos, cresce a demanda por soluções rápidas e fáceis que não comprometam o valor nutricional, e o mercado responde. Somente em 2024, o mercado de vegetais congelados foi avaliado em US$ 35,94 bilhões e projeta crescer cerca de 5% ao ano, podendo atingir US$ 55,94 bilhões até 2033, segundo pesquisa da Renub Research, realizada no último ano. Não é exagero afirmar que estamos diante de um novo padrão de consumo alimentar. No Brasil, a procura por vegetais congelados segue a tendência global, consolidando-se como uma alternativa saudável e conveniente para consumidores e empresas do setor gastronômico.
A praticidade não é a única vantagem para aqueles que se rendem a estes produtos. Diversos estudos comprovam que estes alimentos, quando colhidos no auge da maturidade e rapidamente congelados, podem ter qualidade nutricional parecida ou até superior à de vegetais frescos, pois estes passam muitos dias em transportes e prateleiras, afetando diretamente sua qualidade nutricional final. Já os congelados, colhidos no auge do frescor, têm suas propriedades naturais preservadas por meio do congelamento.
Imagine a jornada do brócolis: ele começa sua vida no campo, é colhido e segue para um centro de distribuição. De lá, encara horas, às vezes dias, de transporte até chegar ao supermercado. No ponto de venda, aguarda na prateleira até ser escolhido, levado para casa e, muitas vezes, ainda passa alguns dias na geladeira antes de finalmente ser consumido. Durante esse longo trajeto, parte dos seus nutrientes, especialmente vitaminas sensíveis como a vitamina C e as do complexo B, simplesmente se perdem, comprometendo parte do valor nutricional que o alimento teria logo após a colheita.
Cresce a busca por formas de preservar ao máximo os nutrientes dos alimentos e otimizar a qualidade do que colocamos no prato. Uma tendência que tenho observado cada vez mais no meu dia a dia, e entre colegas, é o consumo frequente de marmitas. Mais do que uma alternativa econômica, as marmitas se consolidaram como um verdadeiro ato de autocuidado, permitindo que, mesmo nas rotinas mais corridas, possamos manter o foco na saúde, na praticidade e na qualidade da alimentação, muitas vezes utilizando ingredientes preparados com mais frescor e propósito do que os que compramos prontos ou ultraprocessados.
No meu caso, que mantenho uma rotina intensa entre treinos, compromissos profissionais e pedaladas pela cidade, contar com refeições práticas e nutritivas é essencial. Os vegetais congelados, por serem naturais e já prontos para o preparo, são grandes aliados nesse consumo, pois permitem flexibilidade, agilidade e preservação do valor nutricional no prato, garantindo sabor e saúde a cada refeição.
Os vegetais congelados ganham cada vez mais espaço, já que são uma alternativa nutritiva e acessível. Além de facilitar o preparo das refeições, eles ajudam a manter uma alimentação equilibrada mesmo com a correria do dia a dia e ainda fazem a diferença no bolso, especialmente em um momento de alta nos preços dos alimentos e de inflação elevada.
Ao oferecerem praticidade sem abrir mão da qualidade nutricional, e ainda contribuírem para a redução do desperdício e o consumo consciente, os vegetais congelados se consolidam como aliados indispensáveis na mesa do consumidor moderno. Assim, investir em opções que combinam tecnologia, sustentabilidade e saúde não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para quem busca equilibrar qualidade de vida e cuidado com o planeta.
Michele Funari Neto é executivo sênior de Vendas e Marketing da Grano Alimentos.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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