Os shoppings centers vivem atualmente seu momento Kodak, ou seja, têm uma janela de tempo para conseguir fazer uma transição e se adaptar a um novo mundo de possibilidades no mercado de consumo. A analogia com a antiga marca de câmeras fotográficas analógicas foi feita hoje pelo sócio-diretor da Gouvêa Malls, Luiz Roberto Marinho, durante o painel “Os Futuros dos Shopping Centers”, na 10ª edição da Latam Retail Show 2025 sponsored by IBM. O evento acontece até amanhã, 17, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Segundo Marinho, o futuro desses grandes centros de compras está em construção e vai depender das escolhas dos varejistas, que têm de estar atentos à rapidez das mudanças de comportamentos dos consumidores. “Antes, vivíamos a era da ‘Supernova’ do varejo, em que o setor era um bloco uniforme, com a loja como centro de tudo. Isso mudou: hoje há múltiplas possibilidades de compras, com novos canais, e mais atrações externas disputando o tempo do consumidor. Essa maior necessidade de conexão com o cliente vai moldar a dinâmica dos shoppings”, afirmou.
Para ele, os shoppings terão de criar novas formas de atrair público, como, por exemplo, criar eventos que aglutinem pessoas com os mesmos tipos de interesse ou espaços que se tornem áreas de convivência. “Há uma epidemia de solidão na sociedade. Por isso, os shoppings devem focar em oferecer música, bem-estar, natureza, eventos e lazer para engajar o público e integrá-lo com o lojista.”
A coleta cada vez maior e personificada de dados sobre o consumidor também será fundamental para os varejistas, de acordo com outros dois participantes do painel: a diretora de Marketing e Inovação da Ancar Ivanhoe, Cecília Ligiéro, e o diretor da Allos, Vicente Avellar. Identificar o comportamento de consumo, como dias e horários de maior fluxo, por exemplo, e o que compra o cliente e em quais lojas entra vai fazer toda a diferença.
“Os shoppings devem utilizar diversas formas de coleta de dados e dividir as descobertas com os lojistas. Está claro que o antigo papel do shopping como mero locador mudou: a relação hoje deve ser de simbiose com seus locatários, de total parceria”, diz Avellar.
Reportagem: Daphne Kopelman




