A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser promessa e já está transformando de forma concreta a relação entre marcas e consumidores. É o que destaca Marcela Vairo, vice-presidente de Data & AI Américas na IBM. Ela levou ao palco do Latam Retail Show sponsored by IBM cases como o do desenvolvimento de cosméticos mais sustentáveis pela L’Oréal e da criação de embalagens inovadoras pela Nestlé, todos possibilitados pela IA generativa. A executiva reforçou que quem não incorporar a transformação aos negócios não vai sobreviver.
“A maioria ainda pensa na IA para reduzir custo. É preciso começar a pensar em como usar a IA para construir diferencial”, diz Marcela Vairo, cuja palestra no evento teve como tema “IA na essência do varejo: o momento da virada para monetizar com agentes e tecnologias exponenciais.”
Um dos exemplos citados foi o da Ferrari, que transformou seu aplicativo, antes apenas informativo, em uma plataforma de engajamento hiper personalizada para milhões de fãs no mundo todo. A ferramenta, desenvolvida em parceria com a IBM, conecta dados de performance e perfis de torcedores, criando experiências customizadas que agradam tanto ao fã apaixonado pelo glamour da Fórmula 1 quanto ao entusiasta de tecnologia. “O desafio foi unir milhares de dados e perfis diferentes para gerar emoção e valor real para cada consumidor. Esse é o mesmo desafio que o varejo enfrenta hoje”, afirmou Marcela.
Segundo ela, 65% dos consumidores preferem interagir com marcas que usam IA para personalizar conteúdo e experiências. No caso do varejo, o impacto vai além do engajamento: estudos apontam que a tecnologia pode elevar as margens brutas em até 60%. “Esse número não é projeção. Dentro da IBM, já comprovamos mais de US$ 3,5 bilhões economizado com projetos de IA em nossas áreas internas de suporte, Recursos Humanos, compras e cadeia produtiva”, exemplificou.
Cases da IBM
A parceria entre L’Oréal e IBM está permitindo que a fabricante mundial de cosméticos analise conjuntos de dados complexos para entender melhor o comportamento de ingredientes renováveis em formulações. Assim, os pesquisadores da L’Oréal em todo o mundo podem projetar produtos de beleza mais sustentáveis e personalizados.
Já a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Nestlé está trabalhando com a IBM para aplicar IA em inovações em embalagens. A colaboração resultou em uma ferramenta capaz de identificar novos materiais de alta barreira que podem acelerar de forma significativa o processo de desenvolvimento. Embalagens de alta barreira são materiais projetados para criar uma camada protetora que impede que elementos externos afetem o produto em seu interior.
Por onde seguir?
Diante de tantas possibilidades, muitos executivos se veem, nesse momento, com uma dúvida: por onde, exatamente, seguir? Marcela destaca que, assim como a própria IA não é nova, os modelos da tecnologia não se resumem mais a opções generalistas. Mais de 50% das aplicações no mercado já usam modelos específicos, desenvolvidos sob medida para necessidades de negócio. “O ponto central não é escolher um modelo único, mas sim entender qual valor a aplicação precisa gerar. O varejista não precisa criar tudo do zero, mas adotar sistemas abertos, capazes de se integrar a diferentes tecnologias”, diz.
Por fim, ela reforça a importância das parcerias. “Quando se fala em uma operação digital e cada vez mais guiada por dados e IA, que tem de estar no ar sem latência, a disponibilidade de infraestrutura da tecnologia é muito importante.”
Acompanhe a cobertura completa do Latam Retail Show sponsored by IBM na Mercado&Consumo.
Reportagem: Aiana Freitas.
Imagem: Divulgação



