O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou nesta quarta-feira, 13, R$ 30 bilhões em crédito para setores afetados pelo tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em seu anúncio, Lula afirmou que o plano dará prioridade às menores companhias e aos alimentos perecíveis. Após a divulgação do pacote de socorro, entidades manifestaram apoio à medida do governo brasileiro.
ANR
A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) manifestou apoio ao estudo técnico elaborado pela RC Consultores para o Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento da Abras e defendeu a implementação urgente de políticas públicas que preservem o poder de compra da população e estimulem o emprego formal diante dos impactos econômicos do tarifaço de 50% imposto pelos EUA.
“O setor de alimentação fora do lar é diretamente impactado por variações na renda e no consumo das famílias. A retração econômica prevista no estudo, caso não seja enfrentada com medidas estruturantes, poderá comprometer a sustentabilidade de milhares de bares, restaurantes e redes em todo o país, afetando empregos, fornecedores e a dinâmica do comércio local”, declarou em nota.
A ANR também manifestou apoio a propostas do estudo, como a antecipação da isenção da nova Cesta Básica Nacional de Alimentos (CBNA), que alivia o orçamento das famílias e abre espaço para a manutenção do consumo, e a desoneração e simplificação da contratação formal, medida considerada essencial para garantir segurança jurídica e estimular a empregabilidade no setor de serviços.
De acordo com o estudo, com essas ações o Brasil poderá evitar uma desaceleração prolongada e manter ativa a engrenagem da alimentação fora do lar, que emprega milhões de brasileiros e desempenha papel fundamental na economia urbana e na socialização do consumo.
“Com essas ações, segundo o estudo, o Brasil poderá evitar uma desaceleração prolongada e manter ativa a engrenagem da alimentação fora do lar, que emprega milhões de brasileiros e cumpre papel fundamental na economia urbana e na socialização do consumo.”
Firjan
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também declarou apoio à medida, afirmando que o plano do governo é um primeiro passo para mitigar os danos provocados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A entidade considera “fundamental que as empresas, principalmente as pequenas e médias, tenham acesso rápido às ações do programa do governo para mitigação dos impactos”.
De acordo com a federação, medidas como a facilitação do acesso ao crédito, compras governamentais, postergação dos prazos do drawback e adiamento do pagamento de impostos são importantes para garantir a continuidade das operações das empresas afetadas.
“A Firjan reforça, mais uma vez, a importância da continuidade do diálogo entre os governos, com apoio do setor empresarial, para a busca de soluções negociadas que preservem o ambiente de negócios e investimentos entre os países. Assim como defende a necessidade de implementar a abertura de novos mercados”, afirmou.
Abicalçados
A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) elogiou as medidas que o governo federal para mitigar os efeitos do tarifaço de Trump. Segundo o presidente-executivo da entidade, Haroldo Ferreira, o pacote “contemplou, em parte, as solicitações da indústria calçadista nacional”.
“O setor reconhece medidas importantes, como a ampliação do Reintegra para 3% para todos os exportadores (para os pequenos a alíquota passa a ser de 6%), a suspensão, por um ano, do pagamento de tributos previstos no regime de drawback e o crédito de R$ 30 bilhões para empresas exportadoras”, disse a Abicalçados em nota.
Ferreira afirmou que a entidade segue na expectativa de novas medidas voltadas à manutenção de empregos. Já a medida de compras governamentais voltadas para produtos perecíveis não terá, na visão da entidade, impacto no setor calçadista.
Abrafrutas
A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) classificou como “avanço” o pacote apresentado pelo governo federal de socorro às empresas brasileiras prejudicadas pelo tarifaço estadunidense.

Segundo a Abrafrutas, as medidas anunciadas estão alinhadas com as demandas da entidade.
“A abertura de R$ 30 bilhões em linhas de crédito, a prorrogação de prazos no drawback [regime aduaneiro especial], o diferimento de tributos e a concessão de créditos tributários específicos para exportadores estão alinhados com alguns dos pleitos já apresentados pela entidade”, diz a nota da associação.
A Abrafrutas também considerou positivas as iniciativas que ampliam o acesso a seguros de crédito à exportação e a possibilidade de compras públicas para absorção da produção afetada, “medida que poderá mitigar parte das perdas imediatas”.
Fiesp
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou apoio ao plano de socorro anunciado pelo governo federal. Em nota, a entidade afirmou que a medida demonstra compromisso com a defesa dos setores produtivos nacionais.
“A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) manifesta seu apoio ao plano anunciado pelo governo federal para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Medidas para preservar empregos, diversificar mercados e assegurar condições justas de comércio internacional são importantes e demonstram compromisso com a defesa dos setores produtivos nacionais”, diz o texto.
A entidade disse ainda que “continuará contribuindo com propostas e ações que ampliem a resiliência do setor produtivo e promovam o crescimento sustentável da economia brasileira”.
Com informações de Estadão Conteúdo e Agência Brasil.
Imagem: Envato




