Os jovens da Geração Alpha, nascidos entre 2010 e 2025, estão fazendo as marcas mudarem a forma como elas se comunicam com os consumidores. Eles formam a primeira geração realmente digital, que nasceu com olhos vidrados em celulares e tablets. Ao mesmo tempo, valorizam, e muito, a experiência da loja física. E, à exceção dos muito pequenos, grande parte deles não apenas decide o que a família vai comprar, mas tem dinheiro próprio para gastar.
As tendências de consumo desses jovens, que já são 25% da população mundial, ou cerca de 2 bilhões de pessoas, foram tema do painel “Entendendo a Geração Alpha: insights sobre a nova geração de consumidores globais”, apresentado no Foodservice Executive Summit (FES) em Chicago, nos Estados Unidos. O evento foi promovido pela Gouvêa Foodservice no fechamento da programação da delegação que a consultoria levou a Chicago para acompanhar a NRA Show 2025. A Mercado&Consumo esteve em Chicago nos últimos dias acompanhando a delegação e fazendo uma cobertura completa da feira.
Amanda Lai, diretora sênior da McMillanDoolittle, e Madison McBride, consultora sênior sobre Consumer Insights e Inovação da mesma empresa, detalharam tendências de comportamento desses jovens consumidores, que vão representar 12% do consumo global em 2030.
Eles já são clientes
Madison McBride destaca que 70% dos jovens da Geração Alpha têm seu próprio dinheiro para gastar. Assim, eles não apenas influenciam a decisão e compra das famílias, mas usam a própria mesada e tomam decisões sozinhos, sobretudo quando se trata de brinquedos, materiais esportivos e alimentação.
Segundo os dados da McMillanDoolittle, 45% desses consumidores estão atentos a tendências em redes sociais e vídeos virais. Eles estão de olho, especialmente, em canais que falam de moda, beleza, comida, música e cultura.
A loja não está morta
Apesar de ter nascido completamente digital, a Geração Alpha é atraída pela experiência que a loja física pode proporcionar. Esse é o canal preferido de compras de 59% deles. Os jovens, no entanto, querem ter à disposição vários canais ao mesmo tempo.
Outra diferença é a forma como os jovens se informam sobre produtos e marcas. Nada de canais de TV, revistas, jornais, rádios ou podcasts. Eles são influenciados mesmo é por redes de streaming e plataformas de games.
Madison cita o caso da Alo Yoga, marca americana de roupas fitness e bem-estar. A marca criou o Alo Sanctuary, uma integração entre as lojas físicas e o game Roblox. Os usuários podem desbloquear recompensas virtuais no jogo visitando as lojas.
Amanda Lai citou, ainda, um exemplo visto pessoalmente pela Mercado&Consumo e pela delegação da Gouvêa Foodservice em Chicago: a loja de Harry Potter. O local é marcado pela experiência totalmente imersiva, com itens exclusivos.
Da mesma forma, a Dick’s House Sports, que vende materiais esportivos, criou um conceito de loja marcada pela experiência, com quadra e parede de escalada onde o cliente pode testar o produto antes de comprar.
Conexão autêntica
Criar uma conexão autêntica com as marcas é fundamental para os jovens da Geração Alpha. Muitas vezes, isso é feito por meio de collabs – tendência, inclusive, que será debatida no Connection Foodservice Day Pós-NRA Show 2025.
A Elf, marca de maquiagem de baixo custo, fez colaborações com empresas de setores diversos, como a rede e alimentação Chipotle. A Raising Cane’s, de fast casual, criou uma linha de roupas esportivas Cane’s Gear. “Muitas vezes, você não espera essas colaborações, e elas se tornam virais”, diz Amanda.
O TikTok é, grande parte das vezes, o canal que conecta os jovens da Geração Alpha às marcas. Por isso, é importante que elas estejam presentes e ativas na rede social. Amanda Lai destacou, ainda, o potencial do TikTok Shop, que acaba de chegar ao Brasil.
Imagens: Reprodução
