A adoção da Inteligência Artificial (IA) no varejo tem crescido rapidamente. Segundo projeções da Gartner, até 2026, 76% das varejistas terão incorporado essa tecnologia em suas operações. No setor farmacêutico, a EMS, maior farmacêutica do Brasil, tem ido além da digitalização ao adotar uma visão de futuro orientada por inteligência de dados em toda a cadeia de valor.
Em parceria com a Infinity6, a EMS iniciou um projeto para resolver um desafio no forecast, mas rapidamente percebeu o potencial de expandir o uso da IA para toda a jornada comercial.
“Percebemos que não conseguiríamos avançar sem aumentar a acuracidade. Conseguimos esse ganho, mas entendemos que o próximo passo era garantir que essa melhoria estivesse integrada à gestão comercial. Essa integração total da cadeia já está, em grande parte, testada e agora está sendo escalada”, afirma Marcus Sanchez, acionista da EMS.
Com mais de 1.600 SKUs e 98 mil PDVs, a IA da Infinity6 ajudou a EMS a alcançar 80% de precisão na previsão de demanda. Além disso, a empresa obteve um aumento de 23% no ticket médio e 36% na conversão de novos SKUs. Mas os resultados vão além dos números: o projeto transformou cada ponto de contato com o mercado – representantes, canais digitais e autosserviço – em motores inteligentes de vendas.
“Essa transformação não é apenas tecnológica. É cultural. Nosso objetivo é estruturar um modelo de decisão baseado em evidências, onde a IA deixa de ser uma ferramenta isolada e passa a integrar o nosso processo decisório em todas as frentes do negócio”, reforça Sanchez.
Para dar sustentação a essa jornada, a EMS e a Infinity6 desenvolveram uma camada proprietária de comportamento, capaz de filtrar bonificações, ruídos e vieses dos dados. Essa camada conecta fontes internas e externas – desde dados transacionais e de CRM até pesquisas de mercado – e permite que todos os canais operem com a mesma base de inteligência.
“Com essa base, os motores de IA são ajustados para entregar ganhos de acordo com objetivos específicos: aumento de market share, ativação, propensão a cross-sell. Tudo é adaptado em tempo real com base no perfil do PDV, histórico de compra, sazonalidade, contexto regional e tendências do setor”, explica Leonardo Chaves, CEO da Infinity6.
A EMS passa a operar com uma IA viva, que aprende com os resultados, ajusta-se continuamente e incorpora novas variáveis de mercado. “Queremos que a inteligência seja o padrão, não a exceção. Que todas as decisões, das mais operacionais às mais estratégicas, estejam ancoradas em evidência, adaptabilidade e relevância”, conclui Sanchez.
Reportagem: Felipe Mário
Imagem: Envato