Estabelecimentos que funcionam de forma autônoma, lojas físicas e online que vendem produtos usados, serviços de estética e bem-estar, cafeterias e sorveterias. Esses são alguns dos segmentos que continuam em alta no franchising brasileiro. As principais tendências do setor de franquias podem ser vistas nos corredores da ABF Franchising Expo, realizada em São Paulo.
As modalidades expostas no evento têm investimentos iniciais que variam de cerca de R$ 10 mil até mais de R$ 3 milhões. De acordo com a ABF, 47% das ofertas dos expositores são de até R$ 200 mil. A ABF Franchising Expo vai até sábado, 28, e conta com 400 expositores, sendo 115 deles estreantes. A expectativa é que mais de 60 mil pessoas passem pelo Expo Center Norte para ver as novidades.
Tendências em franquias: segmentos em alta
Mercados e lavanderias autônomos
Aluguel e economia compartilhada
Serviços financeiros
Franquias de estética e odontologia
Mercado pet
Açaí, sorvete e café
Óticas
Microfranquias
“A gente vê um grande movimento no mercado de lavanderias autônomas, que guarda relação, entre outras razões, com o lançamento de empreendimentos imobiliários menores, como studios, que tem sido muito forte em São Paulo. Além disso, há uma redução dos serviços domésticos, o que tem levado muitas pessoas a buscarem conveniência”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Tom Moreira Leite.
Ele cita, ainda, o crescimento da economia compartilhada, que impulsiona as franquias de aluguel de equipamentos e ferramentas e brechós online e físicos. “Há uma consciência ambiental elevada, principalmente entre as gerações mais jovens”, pontua.
A busca por momentos de indulgência permanece grande, o que tem sido demonstrado pelo crescimento de segmentos de sorveterias e cafés.
Entre nichos que merecem atenção de quem tem interesse no mercado de franquias, a ABF cita:
Tendências em franquias: nichos em alta
- Self storage
- Economia de água
- Reparo de instrumentos musicais
- Eletroposto
- Tecnologia para gestão de frotas
- Adega de vinhos autônoma para condomínios
- Automação residencial
- Arena de realidade aumentada
- Brunch
Outras tendências no segmento de franquias também têm sido mapeadas pela ABF. Entre elas, uma diversidade cada vez maior de formatos, a abertura de unidades em cidades menores e a busca por fornecedores especializados. O investimento em tecnologia, melhoria de processos e personalização, sobretudo com uso de Inteligência Artificial (IA), também é algo percebido com cada vez mais frequência.
Cuidados ao abrir uma franquia
Segundo os dados da ABF, nos últimos 12 meses encerrados em março o faturamento do setor foi de R$ 278,5 bilhões, o que equivale a 2,2% do PIB brasileiro. Existem hoje cerca de 3.280 redes de franquias no Brasil, que empregam mais de 1,7 milhão de pessoas.
“A tecnologia muda, práticas mudam, marketing muda, redes sociais mudam, mas os fundamentos do franchising não mudam. Aquilo que muitos chamam de ‘empreendedorismo assistido’ para mim é um dos motores da evolução do nosso negócio”, disse Tom Leite.
Antes de optar por um nicho ou outro, é preciso, além de se preparar financeiramente, estudar o segmento. Décio Pecin, CEO do CNA e vice-presidente da ABF, alerta para a necessidade de se analisar com cuidado a Circular de Oferta das franquias.
“A Circular de Oferta não existe apenas para ser entregue com dez dias de antecedência à assinatura do contrato, mas para ser estudada e analisada. Não estudar a Circular é como construir casa sem planejamento ou sem planta. Na Circular estão dados valiosos para os franqueados estudarem e tomarem uma decisão mais acertada”, explica. “Além disso, não se deve ter vergonha de pedir ajuda nesse momento de análise se não houver conhecimento técnico. É preciso conhecer o setor, o histórico do setor e da empresa.”
Pecin finaliza: “O mundo está em constante mudança. Existem muitos hábitos de consumo que tínhamos há pouco tempo e não temos mais ou que passamos a ter. É preciso analisar a estratégia digital, a política de canais e de fornecimento. As empresas precisam ir para onde estão os seus clientes, independentemente do canal – físico, digital ou híbrido.”
Imagem: Mercado&Consumo