Imagine andar pelo supermercado, lojas de departamentos ou pela farmácia sabendo exatamente onde encontrar cada produto, sem perder tempo circulando por corredores desnecessários à procura do que precisa ou deseja. Essa experiência, cada vez mais comum em países que investem em digitalização do varejo, começa a ganhar espaço também no Brasil.
O uso da Inteligência Artificial para mapear percursos, prever necessidades e oferecer atalhos ao consumidor tem transformado a loja em um espaço navegável. O conceito é simples: criar rotas inteligentes dentro da loja, quase como um GPS de consumo, capaz de guiar o cliente diretamente ao item desejado.
A Kadeh Soluções criou uma ferramenta que combina geolocalização interna e Inteligência Artificial para traçar caminhos otimizados dentro do ponto de venda. Ao mesmo tempo, coleta informações sobre produtos procurados e não adquiridos, permitindo que varejistas ajustem ofertas, antecipem demandas e aumentem a eficiência operacional. A tecnologia foi lançada durante a 10ª edição da Latam Retail Show 2025 sponsored by IBM, no Expo Center Norte, em São Paulo.
“A plataforma é uma espécie de Waze do consumo, que permite rotas fáceis e inteligentes de compras, e nasce para atender um consumo mais rápido, organizado e eficiente”, diz Marcelo Arruda, fundador e CEO da Kadeh Soluções.
Para localizar produtos de forma mais rápida, o consumidor pode usar o aplicativo no smartphone ou acessar a plataforma pelo site da Kadeh. A tecnologia também pode ser integrada aos aplicativos de varejistas, incluindo grandes redes de supermercados e farmácias. “É o aperfeiçoamento da experiẽncia de compras: a união do varejo tradicional com o melhor da Inteligência Artificial”, afirma.
Dados que transformam a operação
Arruda destaca que, além de facilitar a compra, o sistema registra informações sobre itens procurados e não adquiridos, as intenções de compras, oferecendo aos lojistas dados estratégicos online para gestão de estoque, reposição de mercadorias e ofertas personalizadas.
O uso dessa tecnologia também impacta a operação interna: funcionários gastam menos tempo reorganizando prateleiras, repondo produtos, e gestores passam a contar com dados em tempo real para tomar decisões mais ágeis. Especialistas afirmam que esse tipo de solução representa uma nova fase na digitalização do varejo físico, em que a experiência do consumidor e a eficiência operacional caminham lado a lado.
“Ao procurar onde está um produto, o cliente mostrará hábitos de consumo. Hoje, o empresário sabe o que vende, mas não o que deixa de vender. Com as informações colhidas pelo app, ele poderá ter uma velocidade de reação sem precedentes – direcionar, por exemplo, a inteligência do sistema para oferecer produtos correlatos no lugar dos que estiverem sem estoque”, explica Arruda.
A primeira versão do aplicativo recebeu um investimento superior a R$ 300 mil, e há planos de expandi-lo internacionalmente.
Reportagem: Daphne Kopelman




