A segunda edição do Diagnóstico Comportamental dos Profissionais de TI realizado pelo IT Forum revelou mudanças significativas no perfil etário do setor de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil. O levantamento, que entrevistou mais de 360 profissionais, aponta um aumento da presença da Geração Z, composta por jovens de até 25 anos, no mercado de trabalho. Este grupo, que representava apenas 3% dos profissionais em 2022, agora, em 2024, corresponde a 10%.
O estudo destaca ainda que, ao lado da Geração Z, a Y – conhecida também como Millennials -, composta por um grupo de pessoas que variam entre 25 e 40 anos, também apresentou crescimento, passando de 25% para 29% no mesmo período. Em contrapartida, houve uma queda na participação da Geração X, composta por profissionais acima de 41 anos, que recuou de 71% para 62%.
“A geração mais nova avança no mercado de trabalho ao mesmo tempo em que a geração mais antiga cede espaço”, explica Bruna Bomfim, gerente de estudos e pesquisas do IT Forum. “Os dados representam uma clara necessidade do setor por abordagens inovadoras, mais ágeis, para os atuais desafios tecnológicos que enfrenta. Vemos uma busca cada vez maior das empresas por profissionais inseridos nas dinâmicas digitais, e que conseguem se adaptar facilmente às rápidas transformações tecnológicas”.
No entanto, não é só o mercado que tem demandas preferenciais. A Geração Z, embora nova, prioriza alguns fatores distintos dos outros grupos no ambiente de trabalho, como salário, reconhecimento e ascensão de cargo. Já a X, tem maior apego pela responsabilidade, seguida por reconhecimento e salário.
Neste caminho, a pesquisa também identificou variações nas intenções de permanência no emprego. 42% dos profissionais da Geração Z planejam trocar de trabalho em breve, enquanto essa taxa é de apenas 28% entre os profissionais da Geração X, que demonstram maior desejo em manter suas posições atuais (58%).
Já entre os obstáculos enfrentados no ambiente de trabalho pela geração mais nova, as principais dificuldades incluem a incerteza quanto ao plano de carreira (50%), a falta de expectativas de crescimento no curto prazo (44%) e a ausência de reconhecimento (38%). Já para a Geração X, incertezas no plano de carreira também são o maior obstáculo (46%), seguido da falta de expectativas de crescimento no curto prazo (43%) e salário incompatível com o mercado de trabalho (37%).
Saúde Mental
A saúde mental surge como outro ponto relevante. Entre os jovens da Geração Z, 40% consideram estar em boa condição mental, enquanto outros 40% acreditam que poderiam melhorar, e 9% relatam burnout. Já entre a Geração X, 58% afirmam estar bem mentalmente, com apenas 5% enfrentando burnout. A Geração Y apresenta resultados intermediários, com 43% dos profissionais reportando equilíbrio mental e 50% destacando espaço para melhorias.
Em contrapartida, independentemente da geração, um bom ambiente de trabalho foi citado como o principal fator de motivação e satisfação profissional, com 57% dos profissionais da Geração Z, 71% da X e 72% dos millennials ressaltando sua importância.
“A pesquisa reflete um cenário complexo no mercado de TI, onde diferentes gerações compartilham o desejo por um ambiente de trabalho positivo, mas apresentam motivações e desafios específicos”, explica Bruna. “A ascensão da Geração Z traz novas demandas para o setor e reforça que além das necessidades do mercado, existe a adaptação do mesmo a um grupo de profissionais essenciais, que são parte do futuro que todos buscam”, conclui.
Com informações de Mercado&Tech
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