Após um forte crescimento de 2,8% no PIB de 2024, ainda é não é possível prever o impacto que novas tarifas e outras políticas governamentais terão na economia dos EUA, segundo o economista-chefe da National Retail Federation, Jack Kleinhenz, na edição de julho da Monthly Economic Review da NRF .
“Desde então, a ansiedade e a confusão ocuparam o centro do palco na economia e nos mercados financeiros, à medida que a incerteza sobre as políticas públicas se intensificou. Era difícil julgar como as mudanças políticas afetariam a economia no início de 2025 e continua sendo agora.”
Segundo Kleinhenz, os fundamentos econômicos parecem sólidos neste momento, mas a incerteza é generalizada. “Existem muitas correntes cruzadas em torno de tarifas, imigração e desregulamentação, e todos estão analisando quais serão as tarifas, como elas afetarão a inflação dos produtos de varejo e, mais importante, por quanto tempo estarão em vigor.”
A análise aponta que o PIB caiu a uma taxa anual de 0,5% no primeiro trimestre, mas isso se deveu principalmente a um aumento nas importações impulsionado por anúncios tarifários. Em contraste, as vendas finais privadas para compradores domésticos, uma medida dos gastos do consumidor e das empresas, aumentaram 1,9% em relação a 2024.
A inflação, medida pelo Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal, subiu de 2,1% em abril para 2,3% em maio. Não ajustados pela inflação, a renda pessoal e os gastos do consumidor subiram 4,5% em maio. Já as vendas no varejo principal, excluídos revendedores de automóveis, postos de gasolina e restaurantes, aumentaram 3,9%, tanto em maio quanto nos primeiros cinco meses do ano.
As tarifas ainda não foram vistas claramente nos preços. “Se os grandes aumentos nas tarifas anunciados no início deste ano entrarem em vigor e forem sustentados, eles se infiltrarão nos preços ao consumidor, causando uma redução nos gastos que provavelmente se espalhará para o mercado de trabalho no final do ano com maior desemprego”, diz.
Kleinhenz acreditar que o Federal Reserve está observando de perto a “psicologia da inflação” dos consumidores e que deve ser “bastante improvável” um corte as taxas de juros neste mês, mas pode estar no caminho certo para fazê-lo neste outono.
A análise também mostra que o mercado de trabalho está tendo um desempenho melhor do que o esperado, com 147 mil empregos criados em junho, um pouco acima da média mensal de 146 mil em 2024. A taxa de desemprego ficou praticamente estável em 4,1%. As vagas de emprego se recuperaram para 7,8 milhões em junho, superando os 7 milhões de desempregados.
Imagem: Envato