O segmento de ar-condicionado tem liderado o crescimento da indústria eletroeletrônica brasileira nos últimos anos, de acordo com dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
Entre janeiro e maio de 2025, o setor registrou um avanço de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelas altas temperaturas e pela mudança no comportamento do consumidor, que busca conforto térmico aliado à eficiência energética e à inovação.
Mesmo com a chegada do inverno, a expectativa é de que o desempenho acumulado mantenha o ar-condicionado como protagonista do setor, sustentando a tendência de crescimento ao longo do ano.
“Com a elevada variação de temperaturas, o ar-condicionado vem se consolidando como símbolo de um novo modelo de consumo. É um produto que hoje alia conforto a práticas mais sustentáveis, acompanhando as transformações da sociedade”, analisa Jorge Nascimento, presidente-executivo da Eletros. Ele afirma que, além disso, fatores como a maior conscientização sobre eficiência energética contribuíram para o avanço expressivo desse segmento.
Crescimento sob risco
O executivo destaca, no entanto, que esse cenário está sob risco. O setor enfrenta um gargalo na cadeia de suprimentos, causado, de acordo com a Eletrolar, pelo desabastecimento de compressores produzidos no Brasil. A produção está concentrada em um único fornecedor nacional, cuja capacidade é insuficiente para atender à demanda crescente. Esse desequilíbrio tem provocado insegurança e forçado as indústrias do bem final a limitarem a produção de ar-condicionado.
A situação se agrava, ainda segundo a Eletrolar, diante da política industrial estabelecida pelo governo federal, que impõe a obrigatoriedade de aquisição local desses compressores.
“Há meses o setor de ar-condicionado sofre com a escassez de compressores nacionais, um insumo essencial hoje concentrado em um único fornecedor. A política industrial imposta pelo governo federal exige compra local, mas a produção não atende à demanda. Isso limita a indústria, prejudica o consumidor e compromete o acesso da população ao conforto térmico. É urgente revisar essa regra”, afirma Nascimento.
Nesta semana, a indústria de eletroeletrônicos se reúne na Eletrolar Show 2025, que vai até quinta, 26. O evento é realizado no Distrito Anhembi, na zona norte de São Paulo.
Imagem: Shutterstock