O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta segunda-feira, 21, o Pix, meio de pagamento criado pelo Banco Central, após críticas do governo de Donald Trump. Os Estados Unidos iniciaram uma investigação contra o Brasil que inclui, entre outros pontos, o sistema de pagamento instantâneo brasileiro. “Reclamar do Pix é o mesmo que defender telefone fixo no lugar do celular”, disse Haddad à Rádio CBN.
Para Haddad, o desconforto com o Pix é surpreendente, e tratar o meio de pagamento “como uma possível ameaça aos EUA” seria irracional. A investigação vem no contexto de anúncio de tarifas adicionais de 50% sobre qualquer produto brasileiro. O presidente dos EUA, Donald Trump, utilizou motivos políticos para justificar a imposição, especialmente o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Judiciário brasileiro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é investigado na Justiça em razão de sua atuação nos Estados Unidos, onde desde março pede sanções contra autoridades brasileiras. Ele busca anistia aos envolvidos nos ataques golpistas julgados no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu em uma ação penal de 2022.
“A família Bolsonaro estava reivindicando sanções porque nosso sistema judiciário funciona”, afirmou Haddad. “O Brasil se dá bem com todos países, não podemos aceitar provocação sem base factual”, acrescentou o ministro.
Uma eventual exclusão do Brasil dos sistemas internacionais de pagamentos, que foi especulada na semana passada, não teria qualquer relação com o Pix, na visão de Haddad. Essa medida extrema aconteceu com a Rússia, que está em guerra.
Ajuda a setores
Também nesta segunda, Fernando Haddad afirmou que nesta semana serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva alternativas para fazer frente ao impacto da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros que entram nos EUA. “Ajuda aos setores prejudicados pode estar dentro dos planos de contingência”, declarou.
Ao admitir que o governo já considera a possibilidade de persistência do tarifaço produtivo sobre o Brasil, o ministro da Fazenda repetiu que o governo está buscando o diálogo prioritariamente. “Temos plano de contingência para qualquer decisão, mas jamais sairemos das negociações”, frisou.
Ao anunciar tarifas adicionais de 50% sobre qualquer produto brasileiro, Donald Trump utilizou motivos políticos para justificar a imposição, especialmente o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Judiciário brasileiro.
Com informações de Estadão Conteúdo (Renan Monteiro e Daniel Tozzi).
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