Bares e restaurantes de SP iniciam retomada econômica com desaceleração da inflação

Apesar da recuperação, repasse da inflação e alta da energia elétrica ainda limita a recuperação completa do setor

A inflação oficial de junho indicou uma leve desaceleração nos custos operacionais para os empresários do setor de alimentação fora do lar. Segundo o IPCA, o índice geral registrou alta de 0,24% no mês, mas houve queda de -0,18% no grupo de alimentação e bebidas – principais insumos de bares e restaurantes. Esse cenário favoreceu uma recuperação parcial das margens de bares e restaurantes, após um longo período marcado por aumentos constantes de custos.

Dados da última pesquisa da Abrasel SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), referente ao mês de junho de 2025, revela que 46% das empresas já operam com lucro, enquanto 36% mantiveram estabilidade e 17% registraram prejuízos. O levantamento também aponta que 60% dos empresários realizaram reajustes abaixo ou em linha com a inflação, e apenas 7% conseguiram repassar aumentos acima dos índices.

“Esses dados sinalizam um cenário positivo para o setor. A queda nos custos de insumos e a leve melhora nos indicadores mostram que o setor está iniciando uma recuperação, ainda que gradual. Mas vale lembrar que muitos empresários seguem com dificuldade de repassar os reajustes, e isso continua comprimindo as margens de lucro”, avalia Luiz Hirata, presidente da Abrasel SP.

Em 2024, a inflação acumulada sobre alimentos e bebidas foi de 7,69%, enquanto o índice específico para bares e restaurantes fechou em 6,29%. A alta em junho nos preços da alimentação fora do lar (0,46%), puxada por itens como café (2,29%) e lanche (0,58%), é considerada uma recuperação natural diante do histórico de defasagem de preços. No entanto, 33% das empresas não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses.

Energia elétrica pressiona custos

Outro fator que preocupa o setor de Bares e Restaurantes é o aumento nos custos com energia elétrica, que já acumula alta de 6,93% no primeiro semestre de 2025. Como resposta, a Abrasel tem reforçado sua campanha pelo retorno do Horário de Verão, como alternativa para aliviar os gastos dos estabelecimentos no horário de maior consumo.

“A retomada do Horário de Verão tem impactos que vão além da economia. Com mais luminosidade no começo da noite, as pessoas se sentem mais seguras para sair, circular e frequentar bares e restaurantes, favorece a convivência social e o consumo. A experiência do setor mostra que o movimento entre 18h e 21h pode aumentar até 50% nesse período, o que reflete diretamente no faturamento de bares e restaurantes, com crescimento médio de 10% a 15% no mês, especialmente para os estabelecimentos noturnos”, finaliza Hirata.

Imagem: Shutterstock

Redação

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