Governo diz que negocia ajustes na isenção do Imposto de Importação para compras de até US$ 50

A isenção passou a valer em 1º de agosto e tem sido alvo de críticas intensas do varejo nacional

Governo diz que negocia ajustes na isenção do Imposto de Importação para compras de até US$ 50
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O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, diz que negocia possíveis ajustes na medida que prevê isenção do Imposto de Importação para compras de até US$ 50 em sites internacionais. A isenção passou a valer em 1º de agosto e tem sido alvo de críticas intensas do varejo nacional.

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Antes, essa isenção valia apenas para remessas feitas de físicas para outras pessoas físicas. No caso das compras feitas de pessoas jurídicas, a regra previa a cobrança de um Imposto de Importação numa alíquota de 60% – algo que, segundo executivos do varejo nacional, já não ocorria na maior parte dos casos.

Para estarem isentas, as empresas de e-commerce precisam aderir ao programa Remessa Conforme da Receita Federal. que estabelece um tratamento aduaneiro mais rápido e econômico. Outros impostos, como os 17% do ICMS, são cobrados antecipadamente.

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Nesta quarta, 10, o site Metrópoles publicou reportagem dizendo que o governo vai voltar atrás sobre a isenção do Imposto de Importação. O anúncio teria sido feito pelo ministro Fernando Haddad a parlamentares.

Procurada pela Mercado&Consumo, a Receita Federal informou, em nota, que o assunto está em “negociação”.

“Sobre a informação de que a isenção da alíquota de importação para compras de até US$ 50 vai acabar, o Ministério da Fazenda esclarece que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) definiu a adoção, por todos os Estados, da alíquota de 17% de ICMS em operações de importação por comércio eletrônico, com exigibilidade imediata, sem qualquer alteração na tributação federal”, diz o comunicado. “Paralelamente, continuam valendo todas as regras do programa de conformidade Remessa Conforme, e prosseguem as negociações, sob o comando do ministério, quanto a futuros ajustes na alíquota federal.”

CNC pede isenção para varejo nacional

Nesta semana, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou um levantamento em que mostra que mais de metade do faturamento do varejo brasileiro, ou 52,4%, vem da venda de itens com preços finais de até US$ 50, ou cerca de R$ 250. A CNC defende, assim, que as empresas brasileiras que compram produtos acabados de outros países também sejam isentas do Imposto de Importação, assim como as pessoas físicas.

A pesquisa, conduzida pela Diretoria de Economia e Inovação da CNC, envolveu a participação de 2.377 empresas de todos os segmentos do varejo, com o propósito de medir o impacto das vendas expostas ao que a confederação classifica como “competição desleal”. Os resultados foram encaminhados ao Ministério da Fazenda.

Segundo a CNC, esse porcentual representa aproximadamente R$ 1,5 trilhão das vendas líquidas mensais no varejo nacional. Além disso, de acordo com a entidade, considerando-se os produtos amplamente transacionados pelos sites internacionais, cerca de R$ 370 bilhões por mês em vendas sofrerão com a forte competição dos itens de pequeno valor sem impostos.

Imagem: Shutterstock

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