Mais de metade do faturamento do varejo brasileiro, ou 52,4%, vem da venda de itens com preços finais de até US$ 50, ou cerca de R$ 250, de acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A CNC defende, assim, que as empresas brasileiras que compram produtos acabados de outros países também sejam isentas do Imposto de Importação, assim como as pessoas físicas.
A pesquisa, conduzida pela Diretoria de Economia e Inovação da CNC, envolveu a participação de 2.377 empresas de todos os segmentos do varejo, com o propósito de medir o impacto das vendas expostas ao que a confederação classifica como “competição desleal”. Os resultados foram encaminhados ao Ministério da Fazenda.
Segundo a CNC, esse porcentual representa aproximadamente R$ 1,5 trilhão das vendas líquidas mensais no varejo nacional. Além disso, de acordo com a entidade, considerando-se os produtos amplamente transacionados pelos sites internacionais, cerca de R$ 370 bilhões por mês em vendas sofrerão com a forte competição dos itens de pequeno valor sem impostos.
“Por conta do impacto negativo no comércio interno, é fundamental que as empresas brasileiras tipicamente importadoras de produtos acabados até US$ 50 tenham as mesmas premissas que as demais beneficiadas”, aponta o José Roberto Tadros, presidente do CNC.
Cosméticos e vestuário
O estudo identificou que 64% das farmácias, lojas de cosméticos e perfumaria têm a maior parte de suas vendas com valores inferiores a R$ 250, sendo, possivelmente, as mais afetadas. Elas são seguidas pelo setor de roupas e calçados, juntamente com os de artigos esportivos e culturais, com 51%. Os comércios de artigos de uso pessoal e doméstico, além do de eletroeletrônicos, informática, móveis e decorações, vêm logo em seguida, com 37%.
Ainda de acordo com a CNC, mais de R$ 369 bilhões das vendas mensais sofrerão com a competição dos importados de pequeno valor e poderão ser perdidas, considerando apenas os cinco segmentos mais prejudicados do varejo.
Isso representa R$ 4,5 trilhões de receitas líquidas dos estabelecimentos, o que equivale a 13,4% do faturamento anual do varejo brasileiro durante o período de um ano. Além disso, cerca de 1,4 milhão de pessoas estão empregadas diretamente nas atividades mais impactadas, o que corresponde a 18,6% dos postos de trabalho no setor varejista e 2,8% de todo o emprego no país.
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