A Braskem informou nesta segunda-feira, 7, que recebeu comunicado da Novonor, seu acionista controlador e que está em recuperação judicial, informando que a Petroquímica Verde Fundo de Investimento em Participações – veículo de investimentos do empresário Nelson Tanure – pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorização para uma potencial transação envolvendo as suas ações.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Braskem informou que a Novonor destacou não haver, até o momento, instrumentos definitivos vinculantes com relação à eventual venda de suas ações.
A empresa lembra que, entre as condições às quais a eventual transação está sujeita, além da aprovação do Cade, destacam-se o cumprimento das obrigações assumidas pela Novonor com a Petrobras previstas no Acordo de Acionistas da Braskem – a estatal detém 47% do capital votante da empresa, enquanto a Novonor tem 50,1% -, e também a conclusão das negociações com os bancos seus credores, que receberam as ações da petroquímica como garantia de dívidas não pagas.
Os problemas da Braskem decorrentes do acidente geológico causado por suas operações de sal-gema em Maceió (AL) têm sido um entrave às tentativas da Novonor de vender sua participação na Braskem. Nos últimos dias, o escritório de advocacia holandês Lemstra Van der Korst (LVDK), em parceria com o britânico Pogust Goodhead, entrou com recurso buscando agora responsabilizar as subsidiárias da Braskem na Europa pelos prejuízos causados a moradores pelo afundamento de bairros em Maceió.
Tanure contratou a consultoria Aecom para avaliação da situação da Braskem em Maceió. Procurados, Braskem e Tanure não quiseram comentar.
Com informação de Estado conteúdo (Beth Moreira).
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