O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, disse que o banco público está fazendo R$ 1 bilhão em crédito consignado por mês, após ficar quatro anos sem crescer a base. O saldo da carteira de consignado da Caixa foi de R$ 106,3 bilhões ao final de março, o que representa 75,3% da carteira comercial para pessoa física. Com relação às contratações no segmento PF, elas somaram R$ 71,7 bilhões, aumentos de 14,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2024.
Vieira ressaltou que o primeiro trimestre foi bem desafiador para os bancos, incluindo pela necessidade de ajustes a uma nova resolução do Banco Central, a 4.966, que entrou em vigor este ano e muda a forma como os bancos calculam e provisionam as perdas com crédito.
“Mas foi de bons resultados”, afirmou o executivo, ao apresentar os resultados da Caixa na sede do banco em São Paulo.
O banco público teve lucro líquido contábil de R$ 5,8 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 133,9% em comparação ao mesmo período de 2024.
Vieira ressaltou que, há cerca de cinco anos, esse seria o lucro anual da Caixa. Agora, é de apenas um trimestre.
A alta do lucro foi influenciada, entre outros fatores, pela oferta de ações da Caixa Seguridade, que movimentou R$ 1,2 bilhão, dinheiro que foi todo para o banco. Por isso, a Caixa divulgou também o lucro líquido recorrente, excluindo esses fatores extraordinários, que ficou em R$ 4,9 bilhões, aumento de 71,5% em 12 meses.
No Pix, Vieira ressaltou que a Caixa responde por cerca de 20% da movimentação diária dessa forma de pagamento.
Minha Casa Minha Vida
O presidente da Caixa confirmou em abril destinação de mais R$ 15 bilhões no orçamento para a recém-criada faixa 4 do Minha Casa Minha Vida.
Vieira disse que os recursos para o segmento terão origem nas cadernetas de poupança e nas Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Com isso, o orçamento total da faixa 4 será de R$ 30 bilhões, tendo em vista que o segmento já contava com R$ 15 bilhões garantidos pelo fundo social com recursos do pré-sal.
No mesmo mês, Lula assinou o decreto que cria a faixa 4 do Minha Casa Minha Vida. O programa foi ampliado para atender famílias da classe média que ganham entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A nova linha terá financiamentos de até 420 meses, com taxa de juros de 10,50% a.a., para aquisição de imóveis de até R$ 500 mil. Até então, o programa abrangia famílias com renda de até R$ 8 mil e imóveis de até R$ 350 mil.
A iniciativa busca suprir a carência de financiamento para a população de classe média que, historicamente, é atendida por linhas de crédito cujos recursos saem das cadernetas de poupança. No entanto, as taxas de crédito vêm subindo nos últimos meses, ficando em torno de 12% ao ano, algo que dificulta o fechamento de negócios.
Com informações de Estadão Conteúdo (Altamiro Silva Junior).
Imagem: Shutterstock