Os brasileiros já pagaram R$ 2 trilhões em impostos desde o início do ano. A cifra será registrada nesta quinta-feira, 3, às 17h17, pelo painel do Impostômetro, instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no Centro Histórico da capital paulista. O valor representa um avanço de 11,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando o painel apontava R$ 1,8 trilhão.
A marca foi atingida 19 dias mais cedo do que no ano passado. Entre os fatores que explicam o crescimento da arrecadação estão a elevação das alíquotas do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), tributação de offshores, a reoneração dos combustíveis, mudanças na tributação de incentivos fiscais dos estados e a retomada do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
“A inflação também desempenhou um papel relevante, uma vez que o sistema tributário brasileiro é majoritariamente baseado em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços dos bens e serviços”, explica Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da ACSP.
Enquanto a arrecadação tributária já soma cerca de R$ 2 trilhões, os gastos não financeiros (primários) do setor público, em todas as esferas de governo, já ultrapassam R$ 2,6 trilhões no mesmo período, segundo dados da plataforma. Ou seja, o governo está gastando mais de R$ 550 bilhões além do que arrecada, mesmo sem incluir o pagamento dos juros da dívida pública.
“O dado positivo é que a arrecadação está crescendo em ritmo mais acelerado do que no ano passado, os R$ 2 trilhões, por exemplo, só foram alcançados em 21 de julho de 2024. Isso pode refletir o aquecimento da economia, com mais empregos, mais consumo, investimentos e empresas com maior faturamento. Mas também é resultado da inflação e do aumento da carga tributária, com elevação de alíquotas e o fim de isenções fiscais”, diz Gamboa.
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