A transformação do setor de bens de consumo e varejo não virá de soluções isoladas, mas da articulação contínua entre metas globais e a realidade local de quem produz, distribui, consome e regula. Essa é uma das principais conclusões do relatório “Moldando o futuro dos bens de consumo e varejo: liderança ágil em um mundo em transformação”, elaborado pela KPMG em parceria com o The Consumer Goods Forum (CGF).
“Varejistas e fabricantes estão sendo pressionados a endereçar questões de meio ambiente, segurança alimentar, fornecimento ético e saúde do consumidor. Essas mudanças criam desafios e oportunidades, tornando essencial a colaboração dos stakeholders em todo o setor”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
O conteúdo destaca que os avanços em sustentabilidade já são visíveis no Brasil, com progressos concretos em temas ambientais, sociais e de governança (ESG), segundo o Guia ESG do Setor Supermercadista Brasileiro, elaborado por KPMG e Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na América do Sul, os desafios estruturais e sociais se somam à crescente demanda por modelos de consumo e produção mais sustentáveis, o que abre espaço para ações colaborativas entre empresas, governos e sociedade civil.
o futuro das empresas do setor depende de maior integração entre os diversos elos da cadeia e da adoção de práticas sustentáveis que respondam às crescentes pressões sociais, ambientais e regulatórias.
Nesse contexto, ganham relevância as chamadas Coalizões de Ação propostas pelo CGF — uma série de iniciativas que reúnem empresas globais em torno de metas comuns. São elas:
- Capacitar as pessoas para que tenham vidas mais saudáveis e sustentáveis;
- Reduzir o desperdício de alimentos por meio de um compromisso global;
- Agir de maneira colaborativa para um futuro positivo para as florestas;
- Garantia de segurança alimentar para pessoas de todos os lugares;
- Tornar a devida diligência em direitos humanos uma norma do setor;
- Acelerar a transição para uma economia circular;
- Aprimorar o intercâmbio de dados e melhorar a precisão;
- Construir confiança nos padrões de sustentabilidade;
- Acelerar a redução das emissões.
Segundo o relatório, as ações de combate ao desperdício de alimentos, por exemplo, devem ser articuladas com programas de doação e combate à fome. Já a economia circular exige a transformação da gestão de resíduos, sobretudo os de embalagens plásticas, e a ampliação do ciclo de vida dos produtos. A agenda ambiental também passa pela preservação de biomas e manejo florestal sustentável, enquanto a frente social inclui o fortalecimento da inclusão socioeconômica e a criação de políticas públicas para garantir segurança alimentar.
Imagem: Envato