Tendência para os shoppings, ‘food is the new fashion’

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Nesta semana acontece no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a 43a edição do SPFW, o principal evento do calendário da moda nacional. Curiosamente, a semana de moda paulistana surgiu na década de 90 dentro de um shopping – naqueles tempos o evento chamava-se MorumbiFashion e dividia as atenções com a semana carioca, batizada de Semana BarraShopping de Estilo, também promovida por um shopping center. Ainda hoje o SPFW tem o patrocínio do Iguatemi São Paulo. A histórica associação entre shopping centers e o universo da moda se justifica pela predominância que as lojas de vestuário sempre tiveram no tenant mix destes centros de compra, tanto no Brasil quanto lá fora.

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No entanto, os tempos mudaram e os shopping centers já não podem ser definidos exclusivamente como centros de compra. Segundo a pesquisa ‘Perfil do Frequentador de Shopping Centers’, realizada no ano passado pela ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers, somente 37% do público vão aos shoppings com a intenção de fazer compras. Diversão, socialização, informação e solução de problemas são as demais motivações. Uma das principais consequências deste novo comportamento dos consumidores é a reconfiguração da oferta de lojas, com um crescimento consistente de segmentos como o de alimentação. Afinal, mesmo os que vão ao shopping a passeio, podem lanchar, tomar café ou saborear um sorvete. Essa é a razão pela qual rapidamente ganha maior repercussão, entre os profissionais da indústria de shoppings, um novo mantra: ‘food is the new fashion’.

Na verdade, o crescimento da participação do segmento de alimentação em shoppings já é realidade no Brasil. Para se ter uma ideia, as lojas de vestuário representam hoje cerca de 11% da área comercial dos nossos shopping centers, mas as lojas de alimentação já respondem por 7%. Entre 2012 e 2016, o espaço dedicado à alimentação nos shoppings cresceu 20%, de acordo com dados da ABRASCE. A explicação para essa expansão da alimentação é o desempenho do segmento, na comparação com os demais setores do varejo. No ano passado as vendas das operações de alimentação em shopping centers cresceram nominalmente 5,8%, enquanto as de vestuário amargaram contração de 6,3%.

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Esse crescimento torna-se ainda mais relevante quando percebemos, com apoio de dados do CREST, que na crise os brasileiros reduziram em 4% as idas a lojas de alimentação no ano passado, cortando principalmente despesas supérfluas. Além disso, a presença de grupos com 5 pessoas ou mais em restaurantes brasileiros baixou de 18% para 15% em 2016 e a frequência de grupos com pessoas menores de 18% caiu 14%. Isso significa que comemorações entre amigos e programas com os filhos foram reduzidos ano passado, afetando diretamente as praças de alimentação, bares e restaurantes dos shoppings. Mesmo assim, o setor de alimentação teve vendas positivas nos centros comerciais nacionais. A boa notícia é que, na retomada da economia, esses devem ser as ocasiões que possuem potencial de maior crescimento em 2017, favorecendo esse segmento nos shoppings.

Impulsionada pelos ventos a favor, a oferta de alimentação em shopping centers diversifica-se rapidamente, indo além das tradicionais redes de fast food. Diversas opções de restaurantes, cafés, quiosques de sobremesas e até novas operações, como padarias, multiplicam as opções disponíveis para os clientes. Isso permite afirmar que a importância da alimentação seguirá aumentando e que ainda ouviremos com muita frequência, no original em inglês ou na tradução para o português, a tal frase: ‘food is the new fashion’.

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