Aumentar a produtividade e a rentabilidade dos produtores de cacau e, ao mesmo tempo, tornar o cultivo sustentável no País. Esse é um dos objetivos do Nestlé Cocoa Plan, programa da multinacional suíça que já conta com mais de 6.500 produtores assistidos de diferentes Estados brasileiros. O programa recebeu nos últimos anos investimentos de R$ 100 milhões e a meta da Nestlé é trabalhar com 100% de cacau sustentável até o fim deste ano.
A produção sustentável de cacau envolve práticas que aliam respeito ao meio ambiente, qualidade do produto e responsabilidade social. “Ela incentiva a agricultura regenerativa, que é um método benéfico tanto para o produtor quanto para a natureza, resulta em maior rentabilidade, maior produtividade, melhor cuidado com os recursos naturais e recursos humanos também”, diz Luis Felipe Collaço, gerente de ESG da Nestlé. Segundo ele, a iniciativa melhora práticas agrícolas e também questões como direitos trabalhistas, inclusão social e preservação dos recursos naturais.

O processo de seleção dos produtores é criterioso. Com o apoio de quatro empresas moageiras parcerias, a Nestlé seleciona as fazendas com base em 41 pontos de controle que incluem desde documentação até práticas de compostagem, uso de biofertilizantes, gestão hídrica e cuidados com resíduos.
A Fazenda Engenho D’Água, localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, é uma das participantes do programa de cacau sustentável da Nestlé. Com 352 hectares — sendo 54 destinados ao cacau —, a propriedade comandada por Mário Ribeiro é certificada como social e ambientalmente responsável e participa do Nestlé Cocoa Plan há dois anos e meio.
“Já tínhamos as práticas de preservação, funcionários registrados, reserva legal e georreferenciamento. Entramos no programa sem precisar mudar nada, só obtivemos a certificação que reconhece esse trabalho”, conta Ribeiro. Entre os diferenciais da fazenda, está um corredor ecológico de Mata Atlântica que permite a livre circulação de animais silvestres, como veados, tatus e capivaras.
Como é a produção do cacau sustentável
A produção sustentável na Fazenda Engenho D’Água é feita no sistema cabruca, no qual o cacau é cultivado à sombra das árvores nativas da Mata Atlântica, o que oferece conforto térmico ao cacaueiro. Depois da colheita, o fruto do cacau é aberto manualmente para a retirada das amêndoas.
As amêndoas são colocadas em caixas de madeira para fermentação. Depois, elas são levadas às barcaças de secagem, estruturas com cobertura móvel, para serem expostas ao sol por cinco a oito dias, dependendo do clima.
Ali, até a casca do cacau é usada. Com o uso de cal virgem e técnicas de compostagem, ela se transforma em um fertilizante orgânico rico em potássio, que é reaplicado nos próprios cacaueiros da Fazenda Engenho D’Água. Essa prática reduz o uso de fertilizantes químicos e melhora a nutrição do solo.
Sustentabilidade e consistência
Quando se fala em sustentabilidade, alerta Collaço, é preciso pensar em consistência. O Nestlé Cocoa Plan foi trazido ao Brasil em 2010 e, desde lá, a quantidade de fazendas parceiras, como a própria Engenho D’Água, só aumenta.
“Não adianta fazer alguma coisa esse ano ou no ano que vem. Tem que ser duradouro. Essa relação é o que transforma realmente a cadeia no longo prazo. E traz benefícios tanto para nós, da Nestlé, e para o produtor, quanto para a sociedade, que tem um chocolate feito com cacau sustentável e de forma ética e segura.”
Além de produtos que são comprados diretamente pelo consumidor, a linha Nestlé Professional, voltada para estabelecimentos de foodservice, também leva as mensagens de Nestlé Cocoa Plan nas embalagens. “A gente leva sempre esse módulo ESG dentro do contexto de negócio. Se, por exemplo, vamos divulgar uma nova linha de recheáveis, destacamos o novo sabor e a origem sustentável. Esse é um pilar que é um diferencial competitivo”, finaliza Collaço.
* A jornalista viajou a convite da Nestlé Brasil.
Imagens: Mercado&Consumo e Divulgação