BYD, Keeta, Mixue e outras gigantes chinesas miram Brasil com investimentos bilionários

País atrai empresas internacionais que buscam estrear no mercado, expandir operações e gerar novos negócios

O Brasil tem sido um grande destino para marcas e empresas chinesas, tanto para estreia no mercado brasileiro quanto para investimentos milionários. Dados divulgados pela Apex Brasil em maio mostraram que os investimentos dessas empresas no País somavam cerca de 27 bilhões.

De acordo com Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral e fundador da Gouvêa Ecosystem, no artigo “China e Brasil criam rota própria: quais os impactos para o mercado e o varejo?“, publicado na Mercado&Consumo, o Brasil é um dos países com maior potencial de crescimento nos setores de abastecimento de alimentos, “graças a uma combinação virtuosa de condições naturais, competência e visão dos líderes dos setores do agronegócio”. Fatores podem influenciar a escolha das empresas chinesas.

“Existe uma clara oportunidade de se transformar de País exportador de commodities em exportador de valor, por meio de marcas e canais de distribuição. E a China é um campo fértil para isso”, completa.

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Confira algumas empresas que estão chegando ao Brasil ou anunciaram grandes investimentos:

BYD

O Brasil é o maior mercado da BYD fora da China, com 150 veículos já vendidos no País. A empresa chinesa, fabricante de carros elétricos, anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões na instalação de uma fábrica em Camaçari, na Bahia, no antigo complexo da Ford, sendo a maior planta da montadora fora da Ásia dedicada à produção de veículos de passeio.

O país já chegou a registrar a venda de 3,5 milhões de carros por ano. Hoje, são 2,5 milhões. Para a BYD, o número pode não só retornar aos patamares anteriores, mas até crescer.

BYD Bahia

Jovi

A marca de smartphones Jovi Mobile chegou ao Brasil em maio, com produção local na Zona Franca de Manaus. A fábrica, a primeira fora da China, produz 1.200 aparelhos por dia, e a empresa já conta com mais de mil funcionários, cinco modelos lançados no Brasil e 1.500 pontos de venda.

Recentemente, a marca inaugurou um espaço dedicado à venda de produtos dentro da megaloja Casas Bahia Berrini, localizada no bairro Cidade Monções, na zona sul de São Paulo.

Keeta

Estreando no mercado de delivery brasileiro, a Keeta, que chega por meio da Meituan, anunciou um investimento de US$ 5,6 bilhões em cinco anos no Brasil.

Com essa megaestreia, a expectativa é a geração de 100 mil empregos indiretos, além da instalação de uma central de atendimento no Nordeste, com 3 mil a 4 mil empregos diretos.

Didi (99Food)

A 99Food é outra empresa do setor de delivery que vem ganhando espaço no mercado com sua reentrada no Brasil. A empresa faz parte da chinesa Didi e, para sua volta ao País, anunciou um investimento de R$ 500 milhões.

A empresa retornou ao mercado brasileiro oferecendo diversos benefícios, tanto para os entregadores parceiros, que já somam 50 mil cadastrados, quanto para restaurantes, que já passam de 20 mil.

Mais recentemente, a chinesa anunciou um pacote de investimentos de R$ 6 bilhões no setor de entregas no país. Entre os destaques do pacote estão programas de acesso a motos e bicicletas elétricas para entregadores. A empresa firmou ainda uma parceria com o Ministério da Saúde, com o objetivo de levar facilidade e conforto aos pacientes do SUS.

GWM

Em agosto deste ano, a fabricante de automóveis GMW inaugurou uma fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo, com capacidade de produção de 50 mil carros por ano. A montadora chinesa anunciou planos de alcançar um volume de 250 mil a 300 mil veículos no Brasil.

Além disso, a marca anunciou um investimento de R$ 4 bilhões na primeira fase de seu desembarque no país, que vai até o ano que vem e inclui a compra das instalações em Iracemápolis, cidade a 170 quilômetros de São Paulo. Entre 2027 e 2032, estão previstos mais R$ 6 bilhões, elevando para R$ 10 bilhões o total investido.

Mixue

A rede de bebidas e sorvetes chinesa Mixue escolheu o Shopping Cidade São Paulo, localizado na Avenida Paulista, para abrir sua primeira unidade no Brasil. A marca atualmente conta com mais de 46 mil lojas, sendo a maior rede de bebidas do mundo.

O início da operação da Mixue no Brasil foi anunciado em maio deste ano, junto com um investimento de R$ 3,2 bilhões no País, com previsão de gerar 25 mil empregos até 2030.

Luckin Coffee

Esse é um caso um pouco diferente. Ano passado, a rede de cafeterias Luckin Coffee fechou contratos de longo prazo para comprar até 240 mil toneladas de café brasileiro até 2029, no valor estimado em US$ 2,5 bilhões, mas a marca ainda não possui operações no País. No entanto, a empresa já planeja abrir um escritório no Brasil e, segundo fontes, estuda lançar operações locais.

Imagens: Divulgação

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