Vendas de eletroeletrônicos devem crescer até 15% na Black Friday deste ano

A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Eletros), que reúne as principais indústrias do setor – respondendo, em média, por 90% do mercado no País -, projeta crescimento entre 10% e 15% nas vendas da indústria para o varejo na Black Friday de 2020 na comparação com a mesma data do ano passado. Em 2019, a alta registrada foi de 18% em relação a 2018.

“Há, ainda, uma forte demanda reprimida acentuada pela pandemia. A instabilidade econômica observada em especial nos primeiros meses da crise sanitária fez com que muitas famílias adiassem as compras. Esses consumidores estão aguardando o momento certo para comprar”, acredita o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento.

De agosto a outubro, ainda segundo a Eletros, mais de 80% das indústrias ampliaram sua capacidade produtiva para perto da capacidade máxima, reduzindo os indicadores de ociosidade para cerca de 3%. “Parte considerável de nossas fábricas ampliou a produção para três turnos, fenômeno que não era registrado desde 2016”, afirma.

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Venda direta ao consumidor

As indústrias do setor viram suas vendas diretas ao consumidor via comércio eletrônico dispararem em 2020, em relação à média registradas nos anos anteriores. O volume de produtos comercializados por este canal apresentou crescimento de 20% em março, no comparativo com o mesmo mês de 2019. Em abril, o crescimento foi de 50%, caindo para 30% em maio e, desde então, se estabilizou em 25% até outubro.

O setor começou o ano registrando crescimento médio de 5% nas vendas em janeiro e fevereiro, mas, a partir de março, com a chegada da pandemia e o agravamento da crise sanitária, uma sequência de perdas significativas fez com que o primeiro trimestre apresentasse uma retração de 11,72% em relação ao mesmo período de 2019.

O auge da crise de 2020 foi registrado no mês de abril, quando as vendas caíram, em média, 60%. Neste período a Eletros detectou o fechamento de 85% das fábricas em todo o País. Apesar deste cenário, segundo a associação, os programas de auxílio implementados pelo governo federal com o apoio do Congresso Nacional impediram que o setor fizesse demissões em massa – elas não chegaram a 5% da força de trabalho.

Recomposição de perdas

Jorge Nascimento afirma que o momento, agora, é de recomposição de perdas. “Em junho, verificamos um forte crescimento em todos os segmentos de eletroeletrônicos, alcançando um resultado de quase 40% no comparativo ao mesmo mês do ano anterior. Graças à performance registrada em junho, terminamos o segundo trimestre com perdas de 19,15%. Poderia ter sido bem pior se tivéssemos mantido o cenário registrado em abril”, analisa.

O cenário de recuperação econômica se manteve firme no terceiro trimestre, o que se converteu em crescimento de 73% em relação ao segundo trimestre de 2020. Na comparação entre o terceiro trimestre de 2020 com o terceiro trimestre de 2019, o crescimento foi bem menor, de apenas 2,75%. Ainda assim, para o presidente-executivo da Eletros, o resultado é bom. “O comparativo entre o terceiro trimestre de 2020 com o segundo trimestre é interessante, pois mostra exatamente o momento da virada, ou seja, saímos de um cenário de fortes perdas e invertemos o jogo.”

Para a Eletros, diante da impossibilidade de viajar ou realizar programas de lazer e entretenimento, como ir ao cinema ou sair para jantar, o consumidor, em especial de classe média, se viu com mais recursos para investir em melhorias na sua casa, priorizando maior conforto, o que tem favorecido o setor. Outro motivo foi o impacto positivo do auxílio emergencial nas famílias de menor renda.

Imagem: Bigstock

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