Diversidade e inclusão deixam de ser prioridade?

Diversidade e inclusão deixam de ser prioridade?
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A notícia de que a Microsoft acabou com a sua equipe de diversidade, equidade e inclusão deixou o mundo corporativo surpreso. Tanto que foi manchete em vários portais no mundo. Realizado pela Mckinsey, o estudo “Society for Human Resource Management” mostra que as empresas têm reduzido seus esforços em DEI por conta de momentos econômicos desafiadores, com alta pressão para cortar custos.

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Tenho acompanhado alguns estudos mostrando que as empresas se movimentam, silenciosamente, e estão empenhadas em trazer ações relacionadas à saúde, principalmente a mental de seus colaboradores, deixando de lado programas de DEI de lado.

Não é à toa. De acordo com dados divulgados pelo INSS, o número de pessoas afastadas do trabalho por saúde mental cresceu 38% em 2023. No entanto, na minha concepção diversidade, a saúde mental também faz parte do pacote de bem-estar. As ações não estão desconectadas. Do outro lado, a mesma pesquisa da Mckinsey mostra que a diversidade é ainda um fator bem importante para a retenção de talentos.

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Trago aqui a importância de se ter uma cultura organizacional implementada com líderes que promovam transformações genuínas, se desdobrando para reverberar seus discursos também em casa, com sua família. Se a empresa não promove segurança psicológica e não tem líderes que apoiam as desconstruções de si mesmo, como querem trazer ações de bem-estar? Se não, é somente um tiro no pé, que acaba com discursos contra, deixando as mulheres fracas e abaladas.

Eu sempre enfatizo que valores intangíveis, como a construção de reputação de uma pessoa ou empresa, são difíceis de mensurar, mas extremamente importantes e inegociáveis. A pesquisa “The Value of Corporate Reputation”, da Harvard Business School, revela que empresas com alta reputação podem ter um desempenho financeiro superior, em média de 2,5 vezes maior, sobre o patrimônio líquido.

Outro dia participei de uma palestra e um dos executivos trouxe uma nova denominação para ESG, que adorei e ando disseminando: É Sobre Grana. Posso citar diversas pesquisas e estudos explicando que as organizações que valorizam a diversidade têm uma probabilidade 70% maior de crescimento no mercado.

Outro dia, conheci a mãe da Maju de Araújo e adoro contar sua história. Ela só queria empoderar sua filha, com síndrome de Down, para que a sociedade a acolhesse. Seu trabalho teve tanto empenho nas redes sociais, que uma multinacional contratou Maju para ser a estrela da campanha. Ela virou modelo, desfilando em Milão e a marca ganhou bilhões de views, ganhando visibilidade e credibilidade pelo mundo todo. Foi eleita Forbes Under 30 e estampou a capa da revista.

Por isso, não podemos esmorecer. As ações são de longo prazo e bem desafiadoras, mas podemos começar do nosso canto, como fez a mãe de Maju, Adriana Araújo, que só queria empoderar sua filha, mas empoderou multidões.

Sandra Takata é presidente do Instituto Mulheres do Varejo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Imagens: Jack Bones e Rony Hernades/Divulgação

 

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