Verticalização e ESG: movimentos de impacto na cadeia dos alimentos

Bem Brasil avança em agricultura sustentável, economia circular e gestão de resíduos
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Segunda dados da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), a indústria brasileira de alimentos e bebidas é a maior do País: representa 10,8% do PIB e gera 1,8 milhão de empregos formais e diretos. O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, atingindo 190 países.

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Com esse artigo, faço um recorte pontual de um case que pudemos conhecer in loco, que reforça esses números e, certamente, reflete a realidade e a pujança de várias empresas do segmento, tanto nacionais quanto internacionais.

Em visita recente a algumas fazendas e unidades fabris da Bem Brasil, localizadas em Perdizes e em Araxá, Minas Gerais, foi possível conhecer mais do trabalho dessa empresa que, em pouco mais de 15 anos, conquistou uma consistente fatia do mercado de batatas pré-fritas no País, já atua e investe em estratégias para exportação.

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A Bem Brasil é uma empresa brasileira que optou pela verticalização. Ela impressiona com os sistemas de produção e colheita mecanizados, semelhantes aos do mercado americano. As sementes são importadas da Europa, a produção tem irrigação controlada e a pulverização de fungicidas é aérea e tem o apoio de drones para assegurar a cobertura das “bordas” das plantações.

Para a adubação existe uma demanda grande de fertilizantes naturais e as fazendas agregam mais de 6 mil cabeças de gado, parcialmente alimentadas com resíduos da produção (cascas) e complementadas  por produtos provenientes do rodízio de culturas e ração. O esterco é recolhido, preparado, retorna para as plantações como adubo e o gado é vendido para corte.

Para avançar, a empresa conta com grandes parceiros como a Basf, além da sua área de pesquisa e desenvolvimento trabalhar com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa) para apoiar o desenvolvimento de variedades de sementes, testes de produtividade e resistência.

Do ponto de vista de ESG, o manejo hídrico (limites e cuidados para captação e uso da água), solo e preservação de matas nativas, ausência de trabalho infantil, incentivo à educação, confluem em um robusto programa que envolve escolas, clientes e comunidade para dar visibilidade das boas práticas realizadas pela empresa.

A empresa produz 450 mil toneladas de batata frita congelada por ano. Atua no varejo alimentar e para atender ao foodservice buscou o modelo de distribuição amparado por distribuidores de alimentos. E à medida que os volumes vão se consolidando, especialmente nas contas-chave (key account), vão migrando para o atendimento direto a esses clientes.

Nas fábricas, as linhas são automatizadas, incluindo as etapas de embalagem e paletização. Como toda empresa, existe sempre a ser feito. O foco em energia renovável é um tema, passando por novas linhas de produtos, customização para clientes e crescimento, já que há no Brasil e no mundo há um déficit na oferta de batatas, pois ela é um dos alimentos mais consumidos no planeta, ficando atrás apenas dos laticínios, trigo e arroz.

O time que nos recebeu fez questão de reforçar a obsessão da empresa pela inovação e qualidade, mas, também, a cultura de manter as coisas simples, especialmente nas relações internas e com o mercado.

Foi realmente impactante conhecer um pouco mais e poder compartilhar esse recorte com os aprendizados que pudemos ter por lá.

Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagens: Shutterstock

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