O Mercado Livre está ampliando o uso de robôs nos seus Centros de Distribuição. A companhia está usando os chamados robôs de separação, que consolidam vários itens no mesmo pacote, possibilitando entregas mais rápidas. O anúncio foi feito durante o Mercado Livre Experience, realizado em São Paulo.
“Buscamos tecnologia de ponta. São 125 robôs que rodam o tempo todo. O objetivo é ampliar a velocidade e permitir que mais pedidos sejam entregues no mesmo dia, mesmo que tenham mais itens”, explica Luiz Vergueiro, diretor sênior de Operações Logísticas do Mercado Livre Brasil.
Os novos robôs permitem a separação de até 105 mil itens por dia, reduzindo em até 25% o ciclo de processamento de pedidos multi-itens, o que resulta em uma hora a menos do processo completo. O sistema opera em dois andares e ocupa uma área otimizada de 670 m².
A novidade se soma ao avanço da malha logística da empresa. Somente neste ano, o Mercado Livre ampliou em 47% a metragem das instalações logísticas, que hoje representam 63% da área operacional global da companhia. São quase 5 mil operações logísticas espalhadas pelo País, incluindo uma frota aérea com oito aviões em parceria com a Gollog e rotas estratégicas, como a nova conexão com Fernando de Noronha.
Entregas mais rápidas
O investimento deve acelerar as entregas da plataforma no País: atualmente, 56% das compras são entregues até o dia seguinte nas capitais do Brasil. No Estado de São Paulo, o índice que chega a 73%.
O avanço da automação não representa redução de vagas, de acordo com executivos da empresa. Pelo contrário: ele vem acompanhado de novas contratações.
“Estamos contratando mais de 10 mil pessoas. Dentro dos CDs, vamos migrar funções para outras de maior valor agregado. As pessoas andavam cerca de 8 km por dia. Com robôs, haverá menor locomoção”, diz Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, que a partir de janeiro assumirá o cargo de head global de E-Commerce da companhia.
Vergueiro complementa: “A gente não elimina o posto de trabalho. A migração dos profissionais ocorre para atividades de análise e uso de dados, que são fundamentais para equilibrar o fluxo de pedidos.”
E-commerce em alta
Yunes destacou que o porcentual de penetração do e-commerce no Brasil dobrou da pandemia de covid-19 para cá e continua crescente. Nos Estados Unidos, o e-commerce representa 26% do mercado. No Brasil, passou de 7% antes da pandemia para 14,7% atualmente. “Estimamos que esse índice vai saltar para 21,5% daqui a três anos. Isso porque o consumo no Brasil cresce e o market share do Mercado Livre também”, diz.
O Brasil é a maior operação da empresa na América Latina, respondendo por 52% da receita líquida do Mercado Livre. Além disso, a plataforma é o maior destino de compras do País. A recente mudança na política de frete grátis, que passou de pedidos acima de R$ 79 para R$ 19, impulsionou o volume de unidades vendidas em 29% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Impacto econômico
A companhia divulgou durante o evento o relatório de impacto “O Melhor do Brasil”, produzido em parceria com a Euromonitor International. O estudo revela que 5,8 milhões de pequenas e médias empresas (PMEs) usaram o ecossistema do Mercado Livre em 2024, movimentando R$ 381 bilhões, equivalente a 3,2% do PIB brasileiro.
Para 59% dessas PMEs, as vendas na plataforma são a principal fonte de renda. Juntas, elas geraram mais de 111 mil empregos no último ano, o que representa 20 novas vagas por hora. Além do avanço do marketplace, o Mercado Pago vem se consolidando como motor de crescimento da companhia: 60,5% das PMEs que adotaram o banco digital relataram aumento nas vendas, e hoje 3 em cada 5 usam o serviço como principal meio de recebimento.
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