Deputados vão apresentar projeto de lei que impõe barreiras ambientais a produtos da UE

Os defensores do projeto avaliam que o Brasil será um incômodo para a UE se o Congresso resolver validar a ideia

Deputados vão apresentar projeto de lei que impõe barreiras ambientais a produtos da UE
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Deputados de centro-direita com apoio da bancada ruralista vão apresentar nos próximos dias um projeto de lei (PL) que visa a contrapor as novas exigências ambientais da União Europeia (UE) para o Brasil. Denominado de Lei da Reciprocidade Ambiental, o projeto já foi redigido e prevê a criação de barreiras de importação aos produtos do bloco no caso de algum obstáculo criado aos exportadores brasileiros.

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No feriado, o eurodeputado Christophe Hansen, relator do projeto de lei antidesmatamento da UE, disse que o Brasil “provavelmente” será classificado como país de “alto risco” nas novas regras.

O Parlamento Europeu aprovou na quarta-feira, 19, a lei que obriga empresas a comprovarem que produtos das cadeias de gado, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha, carvão vegetal e papel não venham de áreas desmatadas de nenhum lugar do mundo.

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Uma fonte que ajudou na elaboração do PL brasileiro garantiu que não se trata de uma ação protecionista, mas apenas de equiparação de tratamento que será concedido basicamente a produtos agrícolas. O argumento é o de que se os europeus estão preocupados com o desmatamento doméstico, os brasileiros também não estão dispostos a consumir produtos que são frutos de emissão de gases poluentes.

Os defensores do projeto avaliam que o Brasil será um incômodo para a UE se o Congresso resolver validar a ideia. Não há por parte deles a preocupação de que o bloco busque outros mercados porque os preços locais desses produtos agrícolas são altamente competitivos. Em tempos de inflação já alta em todo o planeta, ficará difícil para os governantes europeus explicarem mais aumentos de preços que poderiam ser evitados.

O bloco comum já usou esse tipo de retaliação contra os Estados Unidos no caso da guerra das tarifas de alumínio e automóveis. Os norte-americanos impuseram altas taxas para a commodity e, pela reciprocidade, os europeus aumentaram as alíquotas de carros dos Estados Unidos, esfriando o comércio nas duas direções. Depois de meses de conflito, os lados negociaram um acordo positivo para as partes.

Com informações de Estadão Conteúdo
Imagem: Shutterstock

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