As lojas HUB – Como o Ship From Store (SFS) torna as lojas físicas aliadas do online

As lojas HUB
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As lojas físicas, quem diria, são cada vez mais aliadas das vendas pelo e-commerce. Isto porque estão se consolidando como postos avançados de estoques das vendas digitais, tornando as entregas mais rápidas e baratas. Estas lojas hubs espalhadas fisicamente são conhecidos pelo termo em inglês Ship from Store (SFS) e, logicamente, se aplicam para redes de varejo que possuem capilaridade de unidades físicas.

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Numa grande operação de e-commerce, geralmente os produtos são armazenados em galpões logísticos e, a partir daí, as entregas são realizadas em todo o Brasil via transportadoras. No cerne do problema há o fato de o Brasil ser um país de dimensões continentais, com imensas desigualdades econômicas e consequentemente de infraestrutura, com forte concentração no uso de transporte rodoviário, que depende de uma malha de rodovias e estradas muitas vezes deterioradas e com más condições de conservação.

Um exemplo hipotético de um cliente comprando pela internet na cidade de Palmas, no Tocantins. O produto sai da central localizada em Porto Alegre e faz um verdadeiro périplo até chegar ao destino. Dependendo do tipo de produto e da modalidade do frete, o prazo de entrega pode variar de 3 a 18 dias. Segundo um estudo do Baymard Institute, em muitos casos, o custo da entrega pode chegar a ser maior do que o preço do próprio produto. Por isso, o valor do frete para e-commerce sempre é fonte de preocupação, tanto para o cliente quanto para a empresa. Quando o cliente se depara com um custo alto de frete e um tempo demasiado para receber o produto, acaba não avançando nas etapas de compra e acaba desistindo, afetando, entre outras, a escalabilidade.

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Mas e quando a loja de e-commerce tem uma filial em Palmas com disponibilidade de estoque do produto vendido? Faz sentido desprezar isso e fazer este produto percorrer os 3 mil km de distância que separam as duas cidades, a um custo de frete caro e prazo de entrega longo? Se este mesmo cliente tiver disponibilidade de recebimento da encomenda em apenas 24 horas, com custo de frete equivalente muito menor, imaginem: pelo que ele optaria? Bingo! Certamente, o custo logístico será muito menor a partir da menor distância.

Segundo dados de executivos da Via Varejo, hoje 50% dos produtos vendidos online são entregues a partir de uma loja física da rede. Na Petz, esse percentual sobe para 76% e, na Raia Drogasil, este número sobe para incríveis 82%.

Utilizar o estoque de uma loja física para atender aos pedidos realizados em algum canal virtual não é mais uma opção, e sim uma medida necessária para atingir o maior número de clientes numa condição mercadológica competitiva. A prática do SFS está bastante relacionada ao conceito omnichannel e busca oferecer respostas às expectativas dos consumidores em relação à agilidade no recebimento de seus pedidos online e à possibilidade de frete grátis.

Nesse modelo, os estoques das lojas são transformados em verdadeiros centros de distribuição, e as vantagens vão bem além da satisfação dos clientes. Como um processo essencialmente omnichannel, os pedidos podem vir de qualquer canal – por exemplo, WhatsApp, aplicativo ou telefone. Dessa maneira, o cumprimento dos pedidos transforma a loja em um hub de distribuição virtual.

Há, porém, desafios ao optar pelo SFS. Talvez o principal deles é a falta de estrutura que a loja física tem ao assumir este novo papel. Afinal, na maioria dos casos, trabalham com equipes enxutas e muitas vezes sobrecarregadas nas suas tarefas e funções originais. Assumir adicionalmente uma operação que envolve o picking dos produtos, a embalagem e o gerenciamento dos pedidos e das entregas exige tempo, dedicação e qualificação desta mão-de-obra. E a loja pode não estar preparada para isto.

Dependendo do volume de vendas, são necessárias estruturas apartadas para que uma não interfira no funcionamento da outra. E precisam conviver em harmonia, já que as equipes trabalham fisicamente próximas e muitas vezes utilizando o mesmo estoque, sempre obedecendo compromissos de eficiência de prazos e uma padronização do serviço. Mas existem muitos exemplos bem sucedidos aqui e mundo afora mostrando que os esforços compensam, afinal, neste momento desafiador para todos os varejistas, o grande objetivo é de aumentar as vendas com o maior número de clientes satisfeitos, não é mesmo?

Marcos Hirai é sócio-diretor da Omnibox, startup especializada em varejo autônomo.
Imagem: Bigstock

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