Supervisão das estatais deveria ser concentrada num único órgão, diz OCDE

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A supervisão pulverizada do governo federal sobre as 46 estatais com controle direto da União torna “muito difícil” que a governança ocorra de maneira “fluida” e bem coordenada. A avaliação é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e foi transmitida em fala do analista da entidade Caio Oliveira, durante evento de divulgação do relatório da OCDE produzido sobre essas empresas no Brasil.

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Oliveira mencionou que atualmente existem 12 ministérios responsáveis pela supervisão dessas estatais. A OCDE recomenda, por sua vez, que essa atividade se concentre num único órgão, podendo ser até uma autarquia, por exemplo.

Para a organização, esse formato garante três grandes benefícios: tornar mais fácil que os objetivos de longo prazo das estatais sejam coerentes entre si; evitar conflito de interesse entre o ministério que supervisiona a empresa e que ao mesmo tempo regula o setor de atuação da estatal; e garantir uma escala de supervisão dessas companhias. “O que observamos é que em ministérios que supervisionam estatais bastante relevantes, só tem uma ou duas pessoas exercendo essa atividade”, disse Oliveira.

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O analista ainda mencionou que a maioria dos aspectos que podem ser melhorados na governança e autonomia das estatais podem ser trabalhados sem alterações legais.

Salário inferior ao do mercado

Outra constatação da OCDE sobre as estatais brasileiras foi sobre a atual remuneração dos administradores nessas empresas, bastante inferior ao nível de mercado, disse o analista.

Para a organização, isso dificulta a atração de profissionais bem preparados. Oliveira mencionou que, embora existam quadros qualificados, por várias vezes o motivo que atraiu tão profissional para o cargo se deu por “razões patrióticas”, o que não se sustenta no longo prazo.

A remuneração do alto comando da Petrobras foi recentemente questionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que sinalizou ver os valores como excessivos.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no fim do ano passado, na petroleira, os membros da diretoria executiva receberam, em média, R$ 2,9 milhões em 2019.

Os integrantes dos conselhos de administração e os membros do conselho fiscal ganharam, em média, R$ 194,3 mil e R$ 132,4 mil, respectivamente.

Com informações Estadão Conteúdo.
Imagem: Bigstock

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