Os novos caminhos das lojas de conveniência – NACs 2015

Por Alexandre van Beeck*

Na semana passada aconteceu em Las Vegas (EUA) a NACs Show, o maior evento de postos de combustíveis e lojas de conveniência no mundo. Por meio de diversas palestras e uma gigantesca feira de exposições, foram apresentados cases e tendências do mercado de lojas de conveniência que, assim como todo o varejo, está passando por uma grande transformação.

A NACs Show mostrou que o portfólio de produtos e serviços das lojas de conveniência estão ampliando e suas estratégias cada vez mais focadas em atender um perfil de consumidor mais diversificado, não só focado no motorista que vai abastecer, mas também em diferentes ocasiões de consumo.

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Ao invés de buscar por produtos, o novo “consumidor de conveniência” está à procura de um local onde encontrará soluções. Algumas necessidades básicas, como abastecer e comprar alguma coisa para beliscar, continuam a existir. Porém, aumentaram as expectativas de como a loja deve oferecer e encantar o consumidor. Essas mudanças de expectativas estão estimulando o crescimento da categoria. O foodservice cresceu 4,4% no mercado americano e a abordagem junto aos millennials tornou-se importantíssima. Por serem jovens e com alto poder de compra, todo o varejo quer chegar até esses millennials, que ainda são exigentes na entrega das soluções e apresentam baixa fidelidade aos serviços que utilizam.

Ser uma loja limpa, segura e rápida já é o esperado por seus frequentadores e, hoje, devem provocar algo além disso. A partir deste cenário, ampliou-se a definição do que é uma loja de conveniência. Afinal, onde você poderia encontrar loja com um auto-serviço rápido, ao mesmo tempo com um serviço assistido com produtos frescos, combinando com uma forma personalizada e customizada para levar produtos para serem consumido em casa?

As lojas de conveniência estão se tornando um formato único no varejo e a oportunidade de captar esse momento é investindo em pessoas, produtos e produtividade. Aliás, uma das palestras mais concorridas foi a de revisão de processos para tornar a operação da loja mais leve e eficiente. Extremamente relevante para a realidade brasileira.

Mix renovado com produtos frescos
As lojas de conveniência continuam sendo um ponto central para quem quer ganhar tempo e comer algo rápido. No entanto, a preocupação com a saudabilidade e a busca por produtos saudáveis cresce a cada dia. Esta foi definitivamente a pauta principal da NACs. Na grande palestra de abertura oficial do evento, foram apresentadas as iniciativas que promovem uma melhor alimentação dos americanos. Esse caminho não é uma tendência, mas uma estratégia de longo prazo. A conveniência cumpre este papel fundamental para estimular e facilitar o consumo de comidas saudáveis. O slogan “Escolha saudável. Escolha fácil” é totalmente pertinente ao negócio da conveniência.

Dentro da estratégia de facilitar e estimular o consumo de produtos saudáveis, foram apresentados e discutidos a importância de se desenvolver toda a cadeia com o mesmo foco. Transformar as lojas de conveniência em um destino para aqueles que procuram por produtos frescos inicia no produtor, passando pela distribuição, chegando até a exposição na gôndola. Os consumidores continuam desejando alguma coisa para beliscar e eles irão consumir o que estiver com acesso mais fácil. Que seja opção mais saudável!

Como o conceito de lojas de conveniência é muito maior que somente atrelada aos postos de combustíveis, novas oportunidades de conveniência saudável surgem dentro de lojas de proximidades, farmácias, escolas, hospitais, hotéis, aeroportos e até em food trucks.

Integração pista – Loja de Conveniência
Um dos maiores desejos dos operadores de postos de combustíveis é converter o maior número possível do fluxo de consumidores que abastecem os carros e em compra dentro das lojas de conveniência.

Este caminho está sendo encurtado por meio da tecnologia. Nos últimos anos, as bombas de combustíveis ganharam inteligência e integração com as lojas e, hoje, através de aplicativos móveis, essa ligação incluiu o consumidor no processo.

Foram diversos exemplos que encontramos na feira. O consumidor pode utilizar aplicativos de comparação de preços online e em tempo real dos postos que estão próximos e ainda receber a orientação de como chegar em menos tempo até o posto com o menor preço.

Nos EUA, a maioria dos postos não contam com o frentista para auxiliar no abastecimento, abrindo a oportunidade para os aplicativos desenvolverem o papel de conexão e de realizar esse serviço. Com o celular, o cliente se conecta à bomba, escolhe a quantidade de combustível e libera o abastecimento. Enquanto isso ocorre, surgem na palma da mão, sugestões de consumo de produtos que estão dentro da loja. O cliente escolhe e paga via celular, o sistema é integrado com o caixa da loja e ele retira o produto escolhido mostrando o comprovante de pagamento no interior da loja.

*Alexandre van Beeck (alexandre.beeck@gsmd.com.br) é head da GS&AGR Consultores.

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