Feliz Ano-novo – Parte 2

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Se formos abrir o zoom do tempo, analisando períodos recentes e os que estão por vir, o balanço vai mostrar que nos faltam Visão, Plano e Propósito em termos nacionais.

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Temos sido um país governado – ou desgovernado, dependendo do período –, que vai tocando a vida sem um projeto estratégico de longo prazo. Algo inaceitável no ambiente privado, mas viável no setor público.

Em raros momentos de nossa História foi proposto, desenhado, discutido e aprovado um plano de longo prazo para o Brasil. Algo que em economias mais maduras não pode faltar.

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Para não voltarmos muito no tempo, vale recordar que vivemos um período de crescimento significativo na década de 70, seguido por períodos de menor expansão nos anos 80 e 90 e depois novo surto de forte evolução entre 2004 a 2013, que se manteve mesmo quando o mundo enfrentou forte recessão nos anos de 2007 a 2010, entre outras coisas, impulsionado pelo Bônus Demográfico que atravessávamos.

Seguiu-se um período de forte retração, talvez a mais forte de nossa história econômica, que gerou 14 milhões de desempregados e uma contração de perto 10% do PIB, apenas entre 2015-2016.

A partir de meados deste ano de 2017 houve um princípio de recuperação que deverá proporcionar um PIB levemente positivo e desenha-se um novo período de crescimento, baixo, a partir de 2018, ano que será marcado por pequena recuperação do emprego, dos salários e da atividade econômica e por eleições presidenciais com forte impacto das redes sociais.

E daí?

Qual o projeto do Brasil para 2050? Onde queremos chegar? Quais nossas principais vocações no cenário econômico presente e futuro? Como aceleraremos o desenvolvimento de talentos para alavancar nosso crescimento? Como nos tornaremos um país mais maduro social e economicamente? Como cuidaremos da inserção do maior contingente possível da população em padrões melhores em termos de saúde, segurança e educação?

Como poderemos nos tornar economicamente mais competitivos no cenário global?

São questões mínimas para as quais não temos respostas  minimamente alinhadas e aceitáveis. Desculpem minimizar a provocação.

E não é possível deixar apenas por conta da economia de mercado as respostas para tantos e tão grandes desafios. Isolada e ideologicamente, ela não é suficiente para dar conta desse problema.

Provavelmente cada Ministério, Agremiação, Instituto, Entidade ou Partido tem uma proposta distinta, segundo sua ideologia, liderança e visões. Isto numa concepção asssumidamente idílica e ideal. Na prática, pouco disso acontece de fato. E navegamos ao sabor do vento do momento.

E o dito popular sintetiza que não existe vento a favor para quem não sabe onde quer chegar.

Entramos num novo ciclo marcados pelos problemas e descaminhos do passado e agravados pela situação recente.

Com milhões de desempregados e outros tantos empregados informalmente.

Com um nível de insegurança, o maior de nossa História. Purgando os males que a corrupção disseminada gerou. Com brutais vazamentos em tudo que envolve gastos públicos.

Com uma bomba que já explodiu na Previdência que restringe gastos em Saúde, Educação, Segurança e outros Investimentos Públicos.

Com o Estado e alguns Estados à míngua e com problemas para acertar seus débitos e até mesmo o pagamento de seus funcionários e aposentados.

Com boa parte da população desassistida em termos razoáveis nas áreas de serviços públicos básicos como saneamento, água e outros.

Com uma burocracia que atravanca e dificulta quase tudo que envolve o setor público, desestimulando investimentos que poderiam gerar emprego e renda.

Perdendo talentos para economias mais desenvolvidas.

Só para mencionar alguns de nossos problemas mais estruturais.

Mas, momentanea e inconsequentemente felizes, porque o píor já teria passado.

É isso que queremos e teremos até 2050?

Infelizmente, sem uma mudança radical na forma de pensar e agir dos que têm um mínimo de consciência e capacidade de reagir, é isso que teremos.

Desculpem, fechar o ano com uma reflexão amarga num período que deveria ser marcado apenas por alegria e esperança.

E não se esqueçam, feliz ano-novo!

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