Varejistas devem encarar a pandemia como uma oportunidade, sugerem especialistas

Israel tem uma combinação de três coisas: grande problema, solução para o problema e execução dessa solução. É assim que Mário Fleck, partner da Acnext Investimentos, define a nação. O Global Retail Show reuniu especialistas para um painel sobre o país e sua inovação nesta manhã (18).

Michel Abadi, gerente parceiro da Maverick Ventures Israel, um importante fundo de investimento em Israel, disse que para os israelenses o fracasso é uma opção. Em sua apresentação, o especialista comentou que 90% das startups do sistema operacional falham e 10% delas, provavelmente, irão acabar. Ainda segundo ele, a cultura israelense de startups considera o fracasso um alicerce útil – talvez até necessário – para o sucesso. “Em Israel se ouve muito aprender a falhar ou falhar em aprender”, contou.

Abadi citou exemplos como o inventor do pendrive, Dov Moran, que investiu milhões no desenvolvimento do menor smartphone do mundo em 2007 – o mesmo ano em que a Apple lançou o iPhone; Micha Kaufman, fundadora da Fiverr, que teve três mal sucedidas e a Cyota, que gastou em três anos milhões em cartões de crédito de uso único que ninguém acabou usando.

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As startups de Israel são ativos estratégicos para gigantes multinacionais, uma vez que essas empresas compram a tecnologia local por um valor altamente negociado, muitas vezes antes que uma tração substancial seja alcançada.

Michel explicou que a nação startup sonha com grandes IPOs, mas é engolida por fusões e aquisições. Nas duas décadas passadas, as empresas israelenses levantaram apenas US$ 10 bilhões em Wall Street, em comparação com os US$ 380 bilhões como parte das fusões e aquisições – 2019 viu 138 empresas israelenses saindo do país, sendo 122 delas por fusões ou aquisições avaliadas em 21,7 bilhões no total.

Adaptar a oferta em tempos de crise

O executivo disse que a primeira reação diante da crise é baixar o custo, pensar de maneira rápida e, muitas vezes, trocar de produto – comportamento muito comum entre os israelenses. Segundo ele, com o campo mais vazio, há menos espaço para competição. Adaptar a oferta à realidade atual e repensar quais ativos a empresa tem em relação ao consumidor são outros pontos a se olhar em momentos delicados. Abadi disse que é “preciso ser proativo e não esperar pelas oportunidades” e completou: “Momentos após as crises são os melhores momentos para investir. Eles servem para preencher o espaço que outros investidores estão saindo.”

Varejo físico com toque digital

A WalkOut, que tem como CEO Assaf Gedalia, fornece soluções de software de checkout automatizado baseado em Inteligência Artificial para varejistas offline. A empresa oferece um carrinho de compras inteligente que utiliza técnicas de aprendizado profundo e visão computacional para detectar e identificar produtos por meio de câmeras instaladas nos carrinhos.

Essa tecnologia permite que os clientes movam os itens no carrinho de compras e saiam das lojas físicas sem atrito. Maior precisão, menor investimento por parte dos varejistas e experiências fantásticas para as duas pontas, cliente e empresa”, explica Gedalia.

Um grande exemplo disso é a experiência que a Amazon Go proporciona ao público. Toda sua inovação embarcada tem colocado muita pressão nos varejistas e o distanciamento social, por conta da pandemia, é outro fator que tem impulsionado o comportamento e a busca dos consumidores por alternativas que n]ao dependam interação nas lojas. “As pessoas ainda estão com medo e isso é um ponto de atenção a ser considerado quando pensamos na jornada do consumidor nos pontos físicos”, explicou.

Impactos da pandemia

Houve muita incerteza quando a pandemia começou e com o passar do tempo, as pessoas se adaptaram ao novo normal. Os varejistas mais inovadores olham para essa pandemia como uma oportunidade para se fortalecerem. “Quanto mais inovadores e com pensamento antecipado para o futuro, melhor eles terão resultados e irão transformar esse desafio em uma oportunidade”, disse.

* Imagem reprodução

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