Varejo registra queda de 0,5% no terceiro trimestre, mas emprego ainda segura o consumo

O endividamento elevado das famílias e a inflação persistente estão entre os fatores que limitam a recuperação

O crescimento de 0,5% nas vendas do varejo sobre o mês anterior não foi suficiente para reverter o cenário negativo do trimestre, que registrou queda 0,5%, sobre o mesmo período de 2024. Já na comparação com o mesmo período de 2024, setembro mostrou estabilidade, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS).

“O leve crescimento das vendas em setembro não altera a leitura de que o varejo segue em processo de acomodação. O desempenho dos últimos três meses reforça essa dinâmica, o setor se manteve com resultado levemente negativo, refletindo um consumo mais contido e em linha com o que já havia sido observado no primeiro semestre, com queda acumulada de 0,5%”, afirma Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone.

O endividamento elevado das famílias e a inflação persistente estão entre os fatores que limitam uma recuperação mais firme. “Apesar disso, o mercado de trabalho segue robusto e sustenta parte da demanda, embora já apresente sinais de moderação, com menor geração de vagas formais”, destaca.

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Destaques por segmento

No recorte mensal, cinco dos oito segmentos analisados registraram alta em setembro. O destaque foi o setor de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria, com crescimento de 6,9%, seguido por Material de Construção (4,2%), Móveis e Eletrodomésticos (2,6%), Combustíveis e Lubrificantes (0,8%) e Artigos Farmacêuticos (0,7%). Entre os segmentos com retração, tiveram queda os setores de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,9%), Tecidos, Vestuário e Calçados (1,1%) e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (0,3%).

No comparativo anual, registraram alta os setores de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (3,6%), Combustíveis e Lubrificantes (2,8%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (1,3%) e Artigos Farmacêuticos (1,1%). Já os setores que apresentaram retração, foram: Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,4%), Material de Construção (1%), Móveis e Eletrodomésticos (0,9%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (0,5%).

Na comparação trimestral, tiveram queda os setores de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (4,3%), Móveis e Eletrodomésticos (1,4%), Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (1%), Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (0,9%), Material de Construção (0,7%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (0,6%). Tiveram desempenho positivo os segmentos de Combustíveis e Lubrificantes (0,7%) e Artigos Farmacêuticos (0,4%).

Por região 

No recorte regional, dez estados apresentaram crescimento no comparativo anual: Acre (6,5%), Amapá (5,1%), Espírito Santo (4%), Piauí (3,9%), Tocantins (2,5%), Mato Grosso (1,9%), Ceará (1,5%), Pará (0,9%), Minas Gerais (0,4%) e Roraima (0,2%). Pernambuco e Bahia registraram estabilidade no período.

Entre os estados com retração nas vendas, os piores resultados foram observados no Rio Grande do Norte (4,8%), seguido por Alagoas (3,8%), Amazonas, Santa Catarina e Distrito Federal (3,4%), Rio Grande do Sul (3,2%), Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul (2,5%), Paraíba (2,4%), Goiás (2,3%), Sergipe (1,9%), Rondônia (1,7%), São Paulo (1,1%), Paraná (0,9%) e Maranhão (0,5%).

“Na análise regional de setembro, o Norte se destacou novamente, com cinco dos sete estados apresentando crescimento no comparativo anual. O Sudeste teve comportamento misto, com pequenas altas e quedas, enquanto o Centro-Oeste registrou desempenho negativo em dois dos três estados, mais o Distrito Federal. Já o Sul apresentou retração generalizada, e o Nordeste mostrou desempenho diverso, com altas no Piauí e no Ceará, estabilidade em Pernambuco e Bahia e queda nos demais estados da região”, explica Freitas.

Imagem: Envato

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