Chegada de empresas asiáticas muda calendário de picos logísticos no Brasil

Mesmo com picos mais moderados, DHL projeta alta de até 15% nas entregas no Brasil no fim do ano

A chegada de empresas asiáticas ao Brasil, especialmente as chinesas, tem alterado a rotina do varejo brasileiro. Antes centrados em datas como Dia das Mães, Black Friday e Natal, os picos agora passam a ser mensais, com as chamadas datas duplas, como 1 do 1, 2 do 2 e 3 do 3.

“As datas mais importantes são diferentes com essa perspectiva de novo mês. E o brasileiro já está absorvendo esses picos mensais. A tradição deles é de temporadas de pico mensais. Isso tem um grande impacto no dia a dia e naquilo que a gente tem que estar preparado para executar”, afirma Plínio Pimentel, CEO da DHL Supply Chain.

Pimentel destaca que a tecnologia tem um papel fundamental na chegada dessas empresas ao País, que passam rapidamente de operações iniciais a milhões de pacotes entregues.

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“Nós temos um papel importante em ajudar esses clientes a se adaptarem à questão cultural, às questões de normas, ao emaranhado de regras para se fazer negócio no Brasil. E tem sido uma experiência muito interessante”, diz.

Temporada de fim de ano

Mesmo com previsões de picos mais moderados do que em anos anteriores, a temporada de fim de ano deve manter o ritmo acelerado nas operações logísticas. Para esse período, a DHL projeta um aumento de 11% a 15% no volume de entregas no Brasil, em relação ao trimestre anterior.

“Nossa referência mudou. Eu não comparo mais com o meu pico do ano passado, com os meses anteriores deste próprio ano, que têm sido atípicos”, afirmou ou Mirele Mautschke, CEO da DHL Express.

Entre os motivos para essa mudança estão a tensão geopolítica e as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que estão alterando os fluxos globais de carga. “Nós vimos muita tensão nas relações comerciais entre China e Estados Unidos. Com isso, houve uma mudança completa no fluxo de remessas”, diz.

Segundo ela, embora o Brasil ainda não tenha sentido queda no volume, os efeitos dessas mudanças devem aparecer gradualmente, exigindo proximidade e comunicação transparente com os clientes.

Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding, destacou que as rotas internacionais estão se reorganizando. “As cargas da Ásia para o Brasil aumentaram 12%, enquanto da Ásia para os Estados Unidos caíram 8% e entre Ásia e América Latina cresceram 5%”, afirma.

Para lidar com o aumento da demanda, a DHL aposta em planejamento antecipado e tecnologia, como a plataforma MyDHLi, que permite rastrear cargas em tempo real e ajustar o modal de transporte conforme a urgência. “Se uma parte do contêiner precisa chegar rapidamente, conseguimos transferir para aéreo, oferecendo soluções híbridas que equilibram custo e tempo de trânsito”, explica Brenner.

Imagem: Envato

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