Liderar em cenário de incertezas demanda relevância, inspiração e reinvenção constante

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Foi um dos momentos mais marcantes do recente Latam Retail Show, ao completar 10 anos, no evento que reúne líderes que inspiram líderes no Brasil.

No palco, estavam dez dos mais influentes e relevantes líderes dos setores de varejo e consumo do Brasil, com, no mínimo, 200 anos de experiência profissional e empresarial reunidas. Participaram desse momento: Belmiro Gomes, CEO do Assaí Atacadista; Peter Furukawa, CEO das Lojas Quero-Quero; Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza; Rafael Sales, CEO da Allos; Sergio Zimerman, CEO da Petz; Paula Andrade, vice-presidente de Omnicanalidade da Natura; Silvina Mirabella, General Manager Retail Brazil da EssilorLuxottica; Barbara Miranda, CEO da AmPm; Luciana Staciarini Batista, presidente da Coca-Cola Company para Brasil e Cone Sul; Andre Farber, CEO da Riachuelo.

E os debates envolveram o presente e o futuro desses setores, em especial, aspectos ligados à liderança no conturbado, confuso, imprevisível e volátil cenário atual.

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Talvez o maior desafio para líderes de qualquer setor seja entender como se manter relevantes, significativos e atuais diante de tantas transformações que o mundo, a sociedade, o mercado, as organizações e, principalmente as pessoas, têm enfrentado. E definitivamente não existem respostas simples no mundo atual para questões de tal complexidade.

Mas existem elementos mais objetivos que podem direcionar nossa visão e posicionamento para o desafio da liderança atual, combinando estratégia, tecnologia, inovação e uma alta dose de humanismo nos diversos contextos, sem se permitir cair no excesso de racionalidade inerente ao protagonismo da tecnologia e do digital, e sem correr o risco de perda de competitividade frente às transformações.

É cada vez mais desafiador liderar.

Num mundo conturbado, confuso, imprevisível e volátil, a maior questão para quem ocupa posições de comando talvez seja como se manter relevante, significativo e atual diante das transformações que atingem a sociedade, o mercado, as organizações e, principalmente, as pessoas, num ambiente de profundas mudanças geracionais e tecnológicas.

Definitivamente, não há respostas simples e infalíveis para desafios complexos. Mas existem elementos objetivos que podem orientar nossa visão: a necessidade de combinar estratégia, tecnologia e inovação com uma forte dose de humanismo. Liderar hoje é equilibrar o protagonismo do digital e da Inteligência Artificial sem perder a competitividade, mas também sem renunciar à dimensão humana que sustenta a confiança e o engajamento.

⁠Cenários voláteis e incertos

Vivemos em tempos em que a previsibilidade se tornou mercadoria escassa. A liderança, nesse contexto, exige:

⁠Transformações geracionais e sociais

Ao longo da história nunca tivemos tantas gerações convivendo ao mesmo tempo dentro das organizações. Baby boomers, X, Y, Z e Alpha têm valores distintos sobre trabalho, propósito e carreira. E isso traz novos imperativos para líderes:

⁠O impacto da IA e do digital

A Inteligência Artificial e a digitalização estão redesenhando modelos de negócio e exigem que líderes façam escolhas equilibradas:

Competências emergentes

O líder contemporâneo precisa desenvolver novas capacidades para enfrentar esse cenário com:

⁠A reinvenção constante da liderança

O ponto central é claro: a liderança precisa ser reinventada constantemente. Escuta ativa, curiosidade, autenticidade, vulnerabilidade e inspiração se tornaram atitudes decisivas para criar conexões reais.

Mais do que motivar, líderes são chamados a inspirar. A inspiração nasce da curiosidade, do autodesenvolvimento, da autenticidade e principalmente do exemplo, quando se demonstra verdade, reconhecem-se limitações e compartilham-se histórias reais. O conceito do líder servidor foi um dos temas recordados e valorizados.

Estar próximo das novas gerações, ouvir, aprender e dar espaço para que a inovação e a criatividade pragmática possam ser parte natural das organizações é, hoje, parte inseparável da função de liderança. Como foi ressaltado “Quando as pessoas sentem verdade, elas se conectam. E isso vale especialmente para os mais jovens.”

O ponto central é claro: a liderança precisa ser reinventada constantemente. Escuta ativa, curiosidade, autenticidade, vulnerabilidade e inspiração se tornaram atitudes decisivas para criar conexões reais.

Conclusão

Ser líder, hoje, é conviver com a incerteza, reinventar-se continuamente e, sobretudo, servir como ponte entre estratégia, tecnologia e humanidade. Não há fórmulas prontas, mas existem caminhos para inspirar pessoas, cultivar a curiosidade, valorizar de forma pragmática o novo e transformar propósito em realidade.

Notas:

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Envato

 

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