NRF 2026: a virada definitiva da IA no varejo — e o Brasil na dianteira

A NRF 2026 marca um momento histórico: a Inteligência Artificial deixa de ser “promessa tecnológica” para se consolidar como o sistema nervoso do varejo, integrando previsão, execução e experiência em tempo real.

Pela primeira vez, a NRF apresentará um palco exclusivamente dedicado ao tema, o AI Stage, com 12 sessões ao longo de três dias. Não é mais um tópico da agenda: é a agenda.

Se 2025 foi o ano em que a IA saiu dos laboratórios e entrou nas lojas, 2026 será o ano em que ela passa a escalar com disciplina, governança e retorno financeiro.

[the_ad_group id="11688"]

Adoção cresce, mas o valor ainda separa vencedores

Os investimentos em IA chegam a US$ 307 bilhões em 2025, com previsão de atingir US$ 632 bilhões até 2028 (IDC, 2025).

Porém, o verdadeiro diferencial está no valor capturado: 98% testam IA, mas apenas 26% capturam valor real — e somente 8% escalam com impacto (IDC & McKinsey).

Pesquisas realizadas demonstram que as empresas claramente não discutem mais se vale a pena implementar a IA, mas, sim, a velocidade de captura de seus benefícios.

Alguns cases em evidência recentes comprovam benefício real:

Walmart: IA como sistema nervoso da operação

O Walmart implantou uma arquitetura de IA que orquestra todos os pontos de contato — clientes, colaboradores, parceiros e fornecedores — por meio de “super-agentes” multicanais. Essa abordagem permitiu reduzir o tempo de resolução de problemas de atendimento em cerca de 40%.

Adicionalmente, a rede implementou gêmeos digitais das lojas e instalações, que utilizam IA para monitorar condições em tempo real, prever falhas e otimizar processos operacionais. O digital twin já identificou falhas e contribuiu para reduzir custos de inatividade em aproximadamente 20% em ambientes piloto.

Starbucks: IA operacional transformando eficiência em vantagem competitiva

A Starbucks implementou uma arquitetura de IA focada em automação operacional e precisão no gerenciamento de estoque, utilizando visão computacional e sistemas inteligentes de monitoramento em tempo real. A tecnologia identifica automaticamente itens em prateleiras e câmaras frias, antecipa rupturas e recomenda ações de reposição para os funcionários em loja.

Segundo a Reuters, a companhia iniciou a adoção dessa solução em mais de 11.000 unidades na América do Norte, com objetivo de digitalizar integralmente o inventário até o final do ciclo de implementação. A medição automatizada do estoque tornou o processo até oito vezes mais rápido do que o método manual, liberando colaboradores para foco na experiência do cliente e operações de barista.

Além da automação, a plataforma de IA reduz significativamente rupturas ao detectar queda nos níveis de produtos antes que impactem a operação, aumentando a disponibilidade e a previsibilidade de demanda. O sistema está integrado ao “Deep Brew”, motor proprietário de IA da Starbucks, que também apoia a previsão de consumo, a otimização de cadeia de suprimentos e o ajuste dinâmico de oferta.

Em testes iniciais, a Starbucks observou melhorias na acurácia de inventário, redução de tempo de back-office e ganhos na eficiência do abastecimento em loja, reforçando o papel da IA como um pilar central de performance operacional.

Brasil protagonista

O Brasil representa 55% do e‑commerce da América Latina (PCMI, 2025), alavancado pelo Pix e pelo consumo digital acelerado.

Com cultura omnicanal, hubs digitais e fintechs fortes, o País não segue; ele lidera.

O que a NRF 2026 consolida

A NRF 2026 marca o início definitivo da era da IA operacional no varejo. Não falamos mais de ferramentas isoladas, mas de sistemas inteligentes que atuam como o sistema nervoso do varejo, conectando dados, decisões e execução em tempo real.

Quatro pilares se consolidam como padrão competitivo a partir de 2026:

Nota: Comitiva NRF 2026: da tendência à execução

A Gouvêa Experience conduzirá sua tradicional comitiva executiva à NRF com um propósito claro: transformar tendência em resultado. A agenda inclui: curadoria executiva do AI Stage e conteúdo estratégico exclusivo;  visitas técnicas a empresas que já operam em um modelo orientado por IA; discussões práticas com líderes e especialistas globais; Mais informações pelo site.

Marcelo Antoniazzi é CEO da Gouvêa Consulting.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Envato

Sair da versão mobile