Invisible Tech & Wellness Tech: como a tecnologia doméstica integra bem-estar

Com consumidores cada vez mais focados em saúde física, mental e qualidade de vida, o mercado de bem-estar, também chamado de wellness, vem ganhando destaque como um dos setores que mais crescem globalmente. Entre 2020 e 2022, o setor gerou cerca de US$ 5,6 trilhões em receita, de acordo com levantamento do Global Wellness Institute (GWI).

Essa mudança tem impacto em diferentes áreas. Na indústria de alimentos e bebidas, itens funcionais e orgânicos estão em alta, levando as marcas a focarem em ingredientes mais saudáveis, além de garantirem maior transparência e rastreabilidade em suas cadeias produtivas. No segmento de beleza, cresce a procura por cosméticos naturais e pela chamada clean beauty, com maior exigência quanto à composição e aos métodos de produção.

E se a sua casa também pudesse cuidar da sua saúde sem que você percebesse? Essa pergunta, que parece tirada de ficção científica, está se tornando realidade. Hoje, wellness tech, que são tecnologias que colocam o bem-estar físico e emocional no centro do lar, e invisible tech, dispositivos que se integram esteticamente ao ambiente, não são apenas tendências, mas evidências de uma transformação mais profunda: a busca por conforto, eficiência e qualidade de vida.

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O mercado brasileiro de casas inteligentes ilustra bem esse movimento. Segundo estudo da Imarc Group, o setor registrou US$ 2,68 bilhões em 2024 e deve alcançar US$ 6,68 bilhões até 2033, crescendo a uma taxa anual composta de 10,7%. Outro dado relevante: de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16% dos lares com acesso à internet no Brasil já utilizam dispositivos conectados, como câmeras, luzes, aparelhos de ar-condicionado ou geladeiras inteligentes. Esses números mostram que as smart homes deixaram de ser artigo de luxo para se tornarem parte da rotina de milhões de brasileiros.

Essa evolução revela como inovação e bem-estar estão cada vez mais entrelaçados: ambientes que ajustam iluminação para simular ciclos diurnos, sensores integrados que otimizam o consumo de energia, dispositivos discretos e de baixo impacto ambiental e soluções que equilibram conforto, estética e sustentabilidade. O lar se torna, pouco a pouco, um espaço ativo de cuidado, que responde às necessidades de quem vive nele, de forma quase imperceptível. Mais do que uma tendência tecnológica, trata-se de uma mudança cultural. A tecnologia está deixando de ser exibida como símbolo de status para se tornar uma presença silenciosa, intuitiva e essencial. É o conceito de “inovação invisível”: aquela que melhora a vida sem interrompê-la.

O futuro aponta para casas que aprendem hábitos, monitoram ar, sono e luminosidade, ajustam rotinas automaticamente e integram arquitetura, automação e bem-estar em um mesmo ecossistema. O objetivo não é mostrar tecnologia, é senti-la. A verdadeira inovação será aquela que se manifesta em momentos simples: o despertar com luz suave, o ambiente que acolhe ao fim do dia, a sensação de equilíbrio que nasce quando cada espaço está voltado para o nosso conforto e saúde.

Marcel Serafim é diretor-executivo de Bens de Consumo da Elgin.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Envato

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