Mercado de luxo movimentou 1,48 trilhão de euros em 2024

Estudo abrange nove segmentos, com destaque para carros, bens pessoais e hotelaria de luxo que, juntos, representam 80% do mercado total

Mercado de luxo movimenta 1,48 trilhão de euros em 2024
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O mercado de luxo segue em alto no Brasil e pelo mundo. Em 2024, o gasto global com luxo totalizou €1,48 trilhão, uma leve redução de 1% a 3% no câmbio atual em comparação a 2023 – sem correção cambial, os números indicam uma variação de -1% a +1%. Os dados são da 23ª edição do estudo anual sobre o mercado de luxo realizado pela Bain e a Fondazione Altagamma, associação comercial dos fabricantes italianos de bens de luxo. A pesquisa abrange nove segmentos, com destaque para carros, bens pessoais e hotelaria de luxo que, juntos, representam 80% do mercado total.

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Os indicadores apontam para uma estabilidade no setor no curto prazo, com perspectivas positivas no longo prazo. A América Latina segue com tendência de crescimento, especialmente Brasil e México. De forma geral, a Bain prevê o progresso do setor em 2025, com leve expansão em relação a 2024, a depender fortemente do cenário macroeconômico em regiões-chave. No longo prazo, o mercado de luxo tende a seguir uma trajetória de crescimento, com ampliação constante da base de clientes até 2030.

Nas Américas, o mercado de luxo apresentou sinais positivos, com sinais de recuperação nos EUA, com uma trajetória crescente trimestral. Na Ásia, o Japão liderou o crescimento global em vendas de luxo, impulsionado por taxas de câmbio favoráveis e aumento no turismo, enquanto a China enfrentou desaceleração devido à baixa confiança dos consumidores. A Europa continuou crescendo, mas mercados emergentes, como América Latina, Índia, Sudeste Asiático e África, são vistos como novas frentes de crescimento, com expectativa de adicionar mais de 50 milhões de consumidores de luxo de classe média alta até 2030.

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Globalmente, as experiências de luxo mantiveram um crescimento acima da média, com os consumidores priorizando viagens e eventos sociais. Em contrapartida, o mercado de bens pessoais de luxo caiu para €363 bilhões em 2024, uma redução de 2% em comparação a 2023 em taxas de câmbio atuais (mas estável sem correção cambial), com sua primeira contração em 15 anos (excluindo o período da Covid).

Essa tendência, especialmente entre a geração Z, levou a uma redução de cerca de 50 milhões de consumidores de luxo nos últimos dois anos. Por outro lado, o turismo seguiu como um grande impulsionador do setor em todo o mundo em 2024, uma vez que o gasto de turistas com produtos de luxo cresceu entre 7% e 9%, enquanto compras locais caíram de 6% a 8% em geral.

Poucas categorias de bens de luxo pessoal registraram crescimento em 2024, com a maioria enfrentando quedas de volume devido ao aumento nos preços e ao foco das marcas em categorias de valores mais altos. Beleza e óculos foram as que mais cresceram – de 3% a 5% em comparação a 2023, em taxas de câmbio atuais –, enquanto sapatos e relógios enfrentaram desafios, com queda de 5% a 7%.

A desaceleração do mercado resultou em uma polarização no desempenho das marcas. Em 2024, estima-se que apenas cerca de um terço das empresas de luxo registrou crescimento (em comparação a 95% entre 2021 e 2022 e 65% em 2023). A rentabilidade média das marcas de bens pessoais de luxo caiu, refletindo o espaço limitado para novos aumentos de preços e o aumento dos custos para atender o consumidor, desde marketing até distribuição.

A análise da consultoria aponta que, para garantir seu crescimento, as marcas de luxo precisam repensar seu posicionamento, resgatar a criatividade e combinar abordagens tradicionais e contemporâneas, apostando em ações para:

• Redescobrir sua essência e abraçar pilares fundamentais para o negócio, como a criação de desejo sustentada por excelência artesanal, criatividade e valores de marca diferenciados;

• Desenvolver conexões e experiências com os clientes que sejam relevantes, personalizadas e culturalmente alinhadas

• Investir de forma constante na execução impecável, apoiada por tecnologia, com a inteligência artificial desempenhando um papel central em diversas etapas da cadeia de valor.

Imagem: Shutterstock

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