Pelo quinto mês consecutivo, o percentual de famílias endividadas no Brasil cresceu, atingindo 78,4%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Apesar da alta, o tempo de endividamento tem diminuído. O comprometimento com dívidas superiores a um ano caiu pelo sexto mês seguido e chegou a 32,2%, o menor nível desde março de 2023, quando estava em 31,7%.
A maior parte das dívidas agora está concentrada em prazos de até seis meses, o que mostra uma preferência das famílias por compromissos mais curtos.
Em maio, o índice era de 78,2%. Apesar do avanço mensal, o número atual segue abaixo do registrado em junho de 2024, que foi de 78,8%, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A pesquisa também apontou aumento na percepção de estar “muito endividado”. Essa é a avaliação de 15,9% das famílias, frente aos 15,5% do mês anterior. Mesmo assim, os indicadores de inadimplência se mantiveram estáveis. Atualmente, 29,5% dos lares têm contas em atraso, e 12,5% afirmam que não terão condições de quitá-las, o mesmo patamar de maio.
Dívidas atrasadas por menos tempo
O tempo de inadimplência também diminuiu. Agora, 47,3% das famílias com contas vencidas estão nessa condição há mais de 90 dias, o que reduziu a média de atraso para 64,1 dias. No mês anterior, a média era de 64,3 dias.
O percentual de famílias que comprometem mais da metade da renda com dívidas caiu para 19,2%. A média do orçamento destinada a esse fim recuou para 29,6%, uma redução de 0,2 ponto percentual em relação a maio e de 0,3 ponto na comparação com junho de 2024.
Classe média mais inadimplente
O aumento do endividamento em junho foi impulsionado pelas famílias com renda entre três e cinco salários mínimos. O índice subiu de 80,3% para 80,9% em um mês, e a inadimplência nesse grupo aumentou 0,5 ponto percentual.
Entre as famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos, houve uma leve queda no endividamento, que passou de 78,9% para 78,7%. No entanto, as contas em atraso subiram de 22,8% para 22,9%. As duas faixas de renda apresentaram resultados piores que os de junho de 2024, tanto no endividamento quanto na inadimplência.
Imagem: Envato