CAC nas alturas: a resposta pode estar no canal mais antigo do mundo

Em meio a esse cenário, uma prática tão antiga quanto o próprio consumo volta a ganhar relevância: o boca a boca. Segundo a Nielsen, 92% dos consumidores confiam mais na recomendação de amigos e familiares do que em qualquer outro tipo de propaganda. Além disso, clientes que chegam por indicação têm até três vezes mais chances de conversão e, em média, apresentam maior engajamento e fidelidade à marca.

Se todos sabemos disso, por que as indicações ainda são vistas como umaconsequência espontânea e não como um canal estratégico?

A resposta está no fato de que, até pouco tempo atrás, era difícil profissionalizar esse processo. Faltavam meios para incentivar, monitorar e mensurar resultados de forma escalável. Hoje, no entanto, isso mudou. Com o avanço das tecnologias, é possível estruturar programas de indicação (Member Get Member, ou MGM) que transformam clientes em verdadeiros embaixadores da marca, de maneira previsível e mensurável.

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Do improviso à estratégia

O marketing de indicação deixou de ser algo pontual, como “indique um amigo e ganhe um desconto”, para se tornar um canal planejado, com regras claras, automação de recompensas e acompanhamento em tempo real. Esse movimento não é apenas uma tendência: é uma resposta direta às mudanças do mercado.

Comparando-se com outros canais, as vantagens ficam evidentes:

Um movimento global em expansão

Mercados mais maduros já têm exemplos claros de como o MGM se tornou parte da estratégia. Empresas de tecnologia, fintechs e plataformas de consumo digital, nos Estados Unidos e Europa, vêm utilizando a indicação como canal prioritário de crescimento.

No Brasil, o movimento ainda engatinha, mas ganha força rapidamente. Setores como educação, telecomunicações e energia solar já experimentam programas de indicação com resultados consistentes. A busca é clara: reduzir CAC e, ao mesmo tempo, aumentar LTV e fidelização.

Minha visão para o futuro

Acredito que estamos diante de uma transformação semelhante à que vimos com o inbound marketing há dez anos. No início, poucos acreditavam que criar conteúdo poderia ser tão estratégico quanto investir em mídia. Hoje, é impossível pensar em marketing sem considerar o inbound.

Com o MGM, veremos algo semelhante. Em alguns anos, ter um programa estruturado de indicação será tão básico quanto ter um CRM ou rodar campanhas de mídia paga. Quem sair na frente terá vantagem competitiva: conquistará novos públicos com mais eficiência, construirá relacionamentos de longo prazo e criará um motor de crescimento previsível.

O mercado mudou, e os clientes também. Diante de um consumidor cada vez mais exigente e desconfiado da publicidade, voltar às origens pode ser o movimento mais disruptivo. O boca a boca sempre existiu. A diferença é que, agora, temos a chance de transformá-lo em uma estratégia de crescimento.

Esse é o convite que deixo: líderes de marketing, growth e negócios precisam olhar para o MGM não como um acessório, mas como um pilar central de sua estratégia. Afinal, em tempos de CAC nas alturas, a resposta pode estar justamente no canal mais antigo e mais humano de todos.

Marcelo Pereira é CEO da Beeviral.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem: Envato

 

 

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