Oi pede liminar contra afastamento da direção

Liminar busca garantir transição da gestão e continuidade da empresa

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A Oi apresentou um pedido de liminar contra a ordem judicial que determinou o afastamento da direção da empresa e do Conselho de Administração. Na petição, a empresa pede “um período mínimo” necessário para viabilizar a transição de gestão. A liminar foi encaminhada para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro na madrugada desta quarta-feira, 1º de outubro.

A medida foi uma reação à ordem expedida no fim da tarde da terça-feira, 30, pela 7ª Vara Empresarial, na qual foi determinado o afastamento da administração da companhia e a definição de interventores para fazer a gestão daqui para frente.

Na liminar, a Oi reivindicou também a suspensão na ordem para início da transição dos serviços e da antecipação dos efeitos da liquidação da empresa, que foram determinadas na decisão da 7ª Vara, abrindo caminho para um eventual processo de falência do grupo.

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“A decisão agravada acaba, na prática, implicando na convolação da principal recuperação judicial da América Latina em uma espécie de pré-falência ou intervenção, não prevista em lei, em detrimento dos interesses de milhares de credores, da manutenção de mais de 20.000 empregos diretos e indiretos pelo Grupo Oi, da preservação de serviços essenciais – o que não atende o princípio da função social e da preservação da empresa”, descreveu a Oi, nesta petição.

A companhia argumentou ainda que a decisão deixou o grupo, de forma repentina, sem a atuação dos gestores. “Tal circunstância cria um vácuo de gestão, com reflexos diretos na estabilidade e continuidade das atividades empresariais.”

Na decisão da 7ª Vara, a nova gestão da Oi foi repassada ao grupo de administradores judiciais, liderado pelo sócio-fundador da Preserva-Ação, Bruno Rezende, enquanto a gestão das subsidiárias da Oi (Serede e Tatho) ficará com a advogada Tatiana Binato.

Nesta petição, a Oi também questionou a decisão da Justiça que antecipou os efeitos da falência alegando que havia fortes indícios de um esvaziamento patrimonial do grupo, o que implicaria em sua substancial liquidação.

“Trata-se de afirmações gravíssimas, mormente quando não há um indício de desvio de conduta que pudesse levar a essa conclusão”, rebateu a Oi, lembrando que a gestão da empresa está sob vigia dos administradores judiciais há anos.

A empresa ressaltou ainda que as vendas de ativos realizadas estavam previstas no plano de recuperação aprovado pelos credores.

A Oi disse ainda que a previsão legal é que uma liquidação só pode ocorrer quando não sobrarem bens ou direitos após a alienação de ativos, o que não é o caso da companhia, que ainda tem fonte de receitas – como a Oi Soluções, braço de conectividade e TI para empresas. No primeiro semestre, o grupo teve receita de R$ 1,4 bilhão.

A companhia ainda reiterou que tem condições de concluir seu processo de reestruturação e apresentar resultados operacionais sustentáveis.

Com informação do Estadão de Conteúdo (Circe Bonatelli).
Imagem: Shutterstock

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