Cruzeiros tentam retornar ao País em novembro

Se conseguirem autorização da Anvisa, sete embarcações deverão vir para a próxima temporada

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Antes mesmo de o coronavírus chegar ao Brasil no ano passado, as imagens de um navio com 6 mil turistas e mil tripulantes retido na costa italiana davam os primeiros indícios da crise que tomaria o mundo e paralisaria o setor de cruzeiros como nenhum outro. No Brasil, a imagem se repetiu em menor escala nos portos de Santos e do Recife e também deu o tom do que o mercado de viagens marítimas enfrentaria nos meses seguintes.

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A pandemia fez com que, em média, os navios de cruzeiros passassem três quartos do ano passado parados. Cerca de US$ 110 bilhões deixaram de ser movimentados.

Por aqui, a temporada do ano passado havia sido a primeira em que o setor aumentou o número de navios na costa brasileira, após oito anos oscilando entre queda e estagnação. Se havia uma recuperação em curso, porém, ela acabou ali.

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Neste ano, por conta da pandemia, nenhum navio atracou no País, apesar dos esforços do setor para que viagens fossem liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão era que nove navios viessem para o Brasil entre a primavera de 2020 e o outono de 2021, um a mais do que na temporada anterior. Seriam ofertados 600 mil leitos e R$ 2,5 bilhões movimentados pelas viagens.

A tendência era de continuidade na lenta recuperação que vinha sendo observada desde a temporada 2017/2018. No verão do ano passado, interrompido um mês antes do esperado por causa da pandemia, foi registrada uma alta de 1,5% no número de passageiros. A estimativa, porém, era que o crescimento fosse superior a 8% se a temporada ocorresse normalmente.

Agora, apesar de a pandemia estar em seu pior momento, as empresas se preparam para tentar retomar as atividades no País daqui a sete meses. Se a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) conseguir autorização da Anvisa para os navios operarem a partir de novembro, sete embarcações deverão vir para a próxima temporada. O número é o mesmo do registrado entre 2016 e 2019, os piores anos para o setor antes de 2020/2021.

Por enquanto, a MSC Cruzeiros, líder no mercado brasileiro, planeja trazer cinco embarcações. Após a paralisação global no começo do ano passado, a companhia retomou suas atividades na Itália em agosto. A empresa não informa o prejuízo registrado em decorrência da pandemia nem o prazo estimado para se recuperar. Em nota, informou já ter recebido 50 mil passageiros na Europa desde que voltou a operar.

A outra empresa que atua no litoral brasileiro, a Costa Cruzeiros, também já retomou as viagens no Mediterrâneo e pretende trazer um navio novo ao Brasil na próxima temporada, com capacidade para 6.730 hóspedes.

Protocolos

Para que os navios das duas empresas cheguem ao Brasil, a associação do setor está se comprometendo a adotar protocolos iguais aos que têm sido usados em países onde os cruzeiros foram retomados ainda no ano passado, como Itália, Japão e Cingapura. Para embarcar, será preciso fazer o exame de covid e ter resultado negativo; os tripulantes farão quarentena antes de entrar a bordo e passarão por exames periodicamente; e a capacidade dos navios será reduzida a 70%.

Também haverá monitoramento através de pulseiras. Se alguém estiver contaminado, será possível rastrear todos que ficaram a menos de 1,5 metro dessa pessoa por um período superior a 90 segundos. Em seguida, essas pessoas serão submetidas a exames. Os navios ainda deverão ter UTI e acordo com hospitais em terra para enviar passageiros em caso de contaminação. Isso deve evitar que o navio seja colocado em quarentena caso registre casos de covid, como foi visto no ano passado.

“Estamos aguardando autorização das autoridades. A expectativa é que os números (de casos de covid) estejam menores. Também não vamos deixar de adotar os protocolos ainda que a vacinação avance e podemos nos ajustar de acordo com os pedidos das autoridades locais. Se a Anvisa pedir algo diferente, cumpriremos”, diz o presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz.

Para que a temporada realmente aconteça e os navios cheguem no País a tempo, porém, as empresas precisam de autorização do governo até julho. “Acreditamos que, neste momento, a pandemia estará mais sob controle por conta da vacinação”, acrescenta Ferraz.

Em nota, a Anvisa afirmou que, como os cruzeiros ainda não foram liberados, não há nem protocolos em análise.

Com inofrmações de Estadão Conteúdo

Imagem: Divulgação

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